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Poesias-->Tua herança -- 10/07/2003 - 11:20 (Marcos Allan Ferreira Gonçalves) |
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Que pese em meu vício
A esperança de estar perto em tua chegada,
Que possa sentir brotar do fundo das entranhas
A essência da tua súbita vida...
Que os primeiros passos sejam o prenuncio
De uma longa jornada,
Ainda que na sua fronte
Pese a malfadada vida...
Que seja esculpido em teu dorso
O franco sorriso da vitória.
Que tuas dores sejam a mim revertidas
De forma a entender que meu amor é eterno...
Que não recaia sobre teus ombros
O peso da minha imatura existência,
Onde banido te concebi de forma vil.
E nem por isso será menor esse sentimento
Que toma conta e aperta contra o peito
A expectativa de uma nova vida...
Que seja tão belo na tua essência,
Que pouco importará o pecado da sua concepção...
Que sejas o ser de caráter que me esqueci
Ao tentar conceber a lenda viva impossível.
Mais do que o fruto do prazer,
É a esperança de que sejas melhor...
Fugindo das raízes fincadas pela inconstância
E pela boemia do jovem aventureiro ainda vivo em mim...
E porque lhe concebi
Não quero o papel de teu algoz...
E dito isso, não quero que reflita sequer ante o espelho
O desejo de galgar os meus caminhos,
Posto que os exemplos por mim deixados
Não são copiáveis sequer em seu modo mais singelo...
Que minha ‘estória’ não seja contada doravante,
A fim de sepultar de vez por todas
A estupidez desse inconseqüente.
E compreendas que este pedaço de papel
É a única herança que te posso deixar...
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