Como a literatura é divina, bonita, nos aprofunda os pensamentos e nos adianta contradições. A literatura é grandiosa, vasta e infinita. Uma das maravilhas desse nosso mundo moderno e virtual. Mas também é a mediocridade de umas palavras cruzadas, de textos frívolos e frágeis. Tortos e mal-acabados. Virados. Encalhados. Pequenos.
Os deuses fazem literatura. Essa é a premissa. Os deuses... e os diabos. Os que escrevem a verdade. Escrevem uma certa verdade sendo deuses ou diabos.
Os paradigmas da literatura: como os deuses escrevem? Certo e com a razão, talvez até escrevam em azul. Os diabos escrevem errados e com a emoção, talvez escrevam em vermelho.
O deus é azul e o diabo vermelho? Por que foi sempre assim? É assim?
Graças à literatura nós vamos ao céu na companhia dos anjos, vamos ao inferno com os demónios. Retrucamos marmanjos que escrevem pandemónios. Vamos à praça, ao rio e ao mercado. À floresta, à Antártica e ao topo do mundo. A literatura nos leva aos confins do universo.
Escrevemos, todos, deuses ou diabos, e queremos exprimir nossas opiniões, anseios dialéticos e idéias vãs. E fazemos o debate sem os percalços das injúrias e das agressões.
Escrevemos bem e mal e usamos a ironia. E a ironia escrita pode ser mal-interpretada e cruzar ao largo da verdade. Por falar em verdade, também mentimos na ficção e na realidade. Transformamos a realidade em ficção. Mas o que é a mentira? E a realidade senão frutos de nossa imaginação. E a ficção é mais bonita que a realidade. A mentira para a mentira, pode ser a verdade e a verdade a maior mentira. Seria essa a realidade?
Escrevemos um texto, convictos que são os deuses que escrevem. Mas o que é a convicção senão a maior inimiga da verdade. Já dizia Nietzsche.
Enfim somos deuses ou diabos. O que vamos escolher se são os homens que denominam o que é deus e o que é diabo.
Simplesmente escrevamos.