Venha, poesia repentina,
Tomar conta de minhas mãos,
Destruir-me a retina,
Brincar com minha emoção,
Deturpar a liberdade
E a racionalidade.
Venha sempre sem aviso,
Sem que, por ti, eu espere.;
E que eu perca o juízo.;
E que apenas te venere.;
E te construa com calma
Com dores de minha alma.
Venha, poesia insana,
Perdida, desiludida,
Escrita sobre minha cama
Solitária e sem vida
Pela ausência de alguém.
Venha! Não sou de ninguém.
nubia.soares@uol.com.br |