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Contos-->O outro lado -- 06/03/2003 - 21:17 (Gabriel Vinicius Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Suas mãos tremiam. O gosto era metálico, a temperatura, fria... Mais fria ainda do que seu corpo pálido. Sua testa suava, ele suava por completo. Sentia o cheiro de pólvora. Ele não sabia no que pensar, não sabia por que pensar. Da mesma forma que nunca soube por que vivia. Ele lembrava de tudo, da dor amarga de sua existência.

Mesmo que houvesse em seu passado algum resquício de felicidade, este era completamente encoberto por tristezas, mágoas, ânsias... Mais uma vítima do desvario? Ou mais uma vítima de uma sociedade nojenta? Uma pessoa incapacitada mentalmente ou dotada de tamanha percepção e inteligência que não podia suportar que sua vida se resumisse a isso? Não se sabe... Ninguém pode saber o que se passou em sua cabeça.
Ele pensou em rezar, mas de súbito lembrou: não cria. Nunca crera em nada.

Agora eram suas pernas que tremiam, arqueavam... E o gosto de metal, de ferrugem, começou a tomar conta de seu corpo. Sentia outro cheiro além do de pólvora: o da morte.

Depois de folhear a sua vida como se fosse um catálogo de fotos, ele resolveu amassar e jogar no lixo, depois de tanto tentar compreender por que fora atirado àquela situação... Depois de suar aos litros, de tremer, de quase enlouquecer...

Ele engoliu a saliva, sentiu mais uma vez aquele gosto maldito de ferro, aquele ferro gelado que já estava quente em sua boca cheia de saliva...

Contraiu o indicador.

Ele se foi...
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