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Cartas-->Piada ou Como comer o próprio rabo -- 25/10/2002 - 17:04 (Paulo Eduardo Gonçalves) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
É angustiante e decepcionante quando se percebe que se vai ser realmente o que se tem que ser, independentemente do que quer que seja que se esteja se tornando. É claro que existem as pessoas que mesmo estando à beira de se tornarem definitivamente o que serão, estão contentes. Definitivamente contentes. Mas isso, eu creio, é porque* antes mesmo de ser, essas pessoas já eram. E não adianta achar que seria compensador ou prazeroso ser outra coisa, pois qualquer coisa pensante sabe do que falo por experiência própria. Não sabe? É só virar uma coisa pensante. Daí, vai saber... mas isso não é lucro algum. É um retrocesso. Como comer o próprio rabo: machuca e não satisfaz. E foi assim que eu descobri que a maioria das pessoas simplesmente não tem senso de humor. Ou melhor, elas tem um senso de humor incompleto. Vendo trapalhões ou similares, elas riem. Mas são incapazes de achar graça em piadas de humor negro, ou num rato morto, por exemplo. Freud deve explicar. Talvez o rato morto tenha a inumana capacidade de fazê-las lembrar de suas próprias vidas. E não há graça em ver as tripas alheias espalhadas quando elas estão misturadas às suas próprias tripas. Como essas pessoas estão mais do que mortas -- afinal, alguém que nunca viveu não pode simplesmente morrer como os outros -- elas gostam de repetir que toda vida é sagrada. Embora fique a impressão de que toda morte é que é sagrada. Mas não! Nada é sagrado. Mesmo a morte é um fato da vida. E olhe que a vida ainda ri. Eu rio. Rio da vida, da morte, de você, dos seus deuses, dos seus demônios, do seu choro. Da sua lágrima chorada entre prantos e convulsões espasmódicas involuntárias, porque*, convenhamos, isso é engraçado pra caralho. Augusto dos Anjos que o diga. Ainda mais quando a criatura que se contorce faz uns sons e parece rir com a gente. Ah! Deus! Ah, Deus! Aí,... aí eu rio tanto, que entro em convulsões. Nem tenho tempo de me preocupar, nem de ver o que estou me tornando. Parece ser o único jeito de não me angustiar, de não perceber que agora está chegando a sua vez...
* nunca cheguei a dominar a regra dos pqs. técnicos, me acudam!
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