Poe(unhe)tando
(Lhenrique Mignone)
Por que vês com frieza métrica estes meus versos,
Se não decassilábicos ou até mesmo alexandrinos,
Se não consegues ver minha essência, meu universo,
Que te apresento puros como minh´alma de menino.
Por que de mim exiges tonicidade, redondilhas, rima,
E não vês sentimentos no cubismo de pseudo-sonetos,
Expressões de meu amor, sem pretensões de obra-prima,
Lançadas ao ar, para que todos saibam, eficaz panfleto.
Sim, eu te amo, e através deles proclamo ao universo,
A ti, este amor infinito, imortalizado em fugaz instante,
De meus devaneios, quando te retenho em meus versos.
Por isso, bem sei, não sou poeta, estou apenas poetando,
Como quando lembrando este amor imenso, ora distante,
Em solilóquio amoroso de novo o tenho... punhetando!
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