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cronicas-->Festa na Graciosa -- 02/12/2002 - 13:46 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
No dia 29 de novembro Luzia fazia aniversário. Luzia completava 67 anos. Muito bem vividos. Todos na pequena cidade de Morretes, próximo do porto de Antonina, no Paraná.
Luzia estava cercada dos trinta e seis netos, dos quinze filhos, de dois dos seus sete maridos, já que os outros já tinham falecido. Os dois restantes eram mais novos, pescadores que aceitaram a condição de não brigar ou exibir qualquer tipo de ciúme, já que Luzia não tolerava este tipo de patifaria.
A mulher era descendente dos franceses que se aventuraram no continente no outro século, deixando na litoral paranaense o rastro genético dos conquistadores conquistados.
Boa parte deles está lá, intrigando os visitantes que encontram gente de pele clara e olhos verdes e azuis no meio da caboclada. História do Brasil. Do tempo em que poucos tinham interesse na terra, tal a selvageria do continente.
Luzia tinha cabelos claros, olhos azuis, pela clara, embora bronzeada pelo sol do litoral, e todos os dentes.
Um caso raro, pois a boca dos litoràneos nem sempre está completa. Foi o que a tornou nos tempos de adolescência a mulher mais forte do lugarejo.
Cortejada por muitos, resolveu impor condições para casar. E conseguiu estabelecer um padrão entre os habitantes, que podiam falar mal longe, mas não tinham coragem de encará-la e dizer bobagens.
Até o padre era cauteloso ao travar diálogo. Luzia namorou bastante e escolheu os que lhe pareceram mais fortes, mais trabalhadores. Foi assim que escolheu Pedro. Depois Jorge, e seu irmão Baltazar.
Eles morreram novos, vítimas de cólera. Logo trouxe o outro Pedro, o piaba. Achou o homem meio fraco e ajuntou Miguel e Carlos da isca. Morreu Pedro dos rins, Miguel de febre, e Carlos foi cansando. Ajuntou com Enoque também.
Estabeleceu sistema de escala. Sem ciúmes. E ficou de acordo com sua cabeça.
Luzia naquele dia 29 fazia 67 anos. Muito bem vividos. Todos na pequena cidade de Morretes, próximo do porto de Antonina, no Paraná.
A festa rolava noite adentro, cheia de pescado assado, cachaça de banana, com frutas do litoral e muito fandango.
Luzia comemorava sua idade e seus amores. História do litoral, diferente do mundo complicado das grandes cidades.
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