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Poesias-->ROTA SACRA -- 20/07/2003 - 13:13 (valberlucio) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Rota sacra

Valberlúcio pereira



Ó Jesus,

Tu que tivestes a vida igual a minha,

Não de sacrifícios ,mas de maus amigos.

Quantos pães tenho eu dividido entre meus entes queridos

Onde eles para mim não são repartidos,

E na tua estrada,ó mestre,

Quantos tivestes que lhe fizessem companhia

A mim ninguém ousou parceria.

O sol era meu somente

A lua era sempre a confidente

E eu, o sempre sozinho a caminhar.



Ó Jesus,

Quantas semelhanças em nossas meras coincidências,

Quantas confidencias

Eu tive que escutar

Falando somente aquilo que pudesse agradar.e quando chegava minha hora,

Da oportunidade de aliviar as paixões

E sonhos de humanidades,

Todos me avisavam dos perigos,medos agonias,

Solidão,

Das perjuras e juras

E nunca do galardão.



O Jesus,

Assim como tu,

Eu também me isolava procurando paz,

E só encontrava o bedel,

Missionário,o contador,o prático, o fazedor de facas,

O cobrador de suores.

Assim como tu, Jesus,

Eu procurava as cidades

E só encontrava a fome,

Doença, hipocrisia, a guerra enclausurada por entre as casas dos homens.



Assim como tu, eu chamava pelo pai,

Eu gritava pelo pai

Eu ordenava petulantemente ao pai

Eu xingava castigadamente ao pai,

E o pai me ria.

E eu como ,tu, o admirava.

Assim como tu

Eu também esbofeteei

Aqueles que me vendiam

Traficando influencias,

Chutei-lhe os colhões, não como tu,

Mas como Tyson, furioso e indomável.



Ó Jesus, assim como vós

Eu cantei ao som do pinho bem dedilhado,

Fazia rimas com os trovadores

E lhes ajudava tocando na banda

E na hora da dança, Jesus,

Eu era o pés de valsa

O melhor dançarino de botas

Das bodas festejadas.

Como tu o vinho também me transformava.



E quando eu dormia com alguns amigos

E sonhava com eles belos projetos,

E na surdina fomos surpreendidos,

Como tu, também fui encarcerado.

Bateram-me,

Humilhara-me,

Minha mãe como a tua também foi lembrada,

E me levaram ante a autoridade

Para ser questionado,

Porque me diziam que eu tinha o rei na barriga.

Na verdade

Apanhei porque pensava.

Porque humildes não pensam,

Assim como tu,

Te lembras?



Também foram me cobrados milagres

Curas,maldições,

As mãos amáveis que eu dava

Todos queriam era proteçã.; ,

E os sorrisos que arrancava,

todos queriam era solução.;

e a parceria na hora da caminhada,

eles não queriam não.



E na hora do calvário,do meu particular calvário,

Meus vários amigos já não estavam lá.

Uns tinham viajado.

Outros,que, fazia tanto tempo que de mim não se lembravam,

Outros estavam tão ocupados

E diziam, que se podia deixar para mais tarde

E outros que não poderei falar

Pois eram apenas ,os outros

Ó Jesus,

Aí começava nossas diferenças.

Tu morreste em vida,

Eu em via de morte sofria,

Todos estavam a teus pés

E eu nos pés de todos pedia.

Minha mãe, bem antes de mim com teu pai já ia,

E o fel e o vinagre que você havia tomado

Era minha refeição diária

Com direito a lança e humilhação afiada,

E rogas-te ao pai:

___”Pai porque me abandonaste?”

e prontamente o pai enviou aos seus algozes

chuva raios e trovoadas,

e eu, Jesus,

só torcendo que meu teto não caia.



E quando subiste ao céu

No terceiro dia ressuscitaste,

Eu que de tão estranha e louca passagem,

Passei a compreender

Quando desci ao inferno

E de lá não mais queria subir

Do fundo do meu ser.

O teu corpo sumiu,

O meu a vaguear estava

Pelos abismos e muros de arrimos,

Sem contar a corda do meu traído amigo

Que eu havia guardado

Para uma eventual possibilidade.

Foi nesta hora,que eu sozinho,roguei ao pai,

Eu chamava o pai,

Eu gritava pelo pai,

Eu ordenava petulantemente ao pai,

Eu xingava castigadamente ao pai..;

E o pai?

O pai me sorria!

Aí eu odiei ao pai,

Porque ele atendia primeiramente

a quatro negros,

Dois brancos

Vinte bichas

Treze putas e um indigente.

Eu berrei que queria ser atendido em primeiro,

Que eu havia sofrido demais,

Mais que todo mundo.

E o pai, olhou pra onde eu estava

E também mandou...

Chuva, raios e trovoadas..

Mas tudo na minha cabeça

Que se partia em mil pedaços.



Ó Jesus,

E tu

Que nem próximo estava

Pra dar um jeito de furar a fila

E me faze falar com o “cara”.

Enquanto o tempo passava

E lembrava das minha amadas,

Que eu sei muito bem, irmão,

Que t amastes também e

Bastante,

Pois quem te conhece que te compra e segue.

Eu lembrava com o coração partido

O quanto a saudade matava

Heloísa , helenas,

Andréas, Amandas,

Marias, Solanges,

Terezas...

E tu Jesus,

Rebeca, Maria...

Ai , Jesus,

Eram todas minhas enquanto estavam comigo.

Se existia amizade

Era em mulheres que encontrava o sentido,

Mulheres de todos os jeito,trejeitos e fartos peitos e ,etc.



Mas eu pensava tão alto

que o pai mandou que eu calasse.



Chegando minha vez

Estando de frente pro crime,

Quer dizer,

Com os crimes nas costas,

Com direitos, deveres e respostas.

Adivinhem quem o pai chamou para meu advogado?

O próprio filho!

Do jeito que eu falei dele eu estava era bem arranjado.

Mas como Deus não tem pressa,sendo ele a eternidade em pessoa.

Fiz-lhe um humilde pedido,

Que eu mesmo fizesse a defesa da acusação

Que eu não sabia qual era

E esperasse a tal da sentença.



E toda minha vida foi passando

Sendo meio que desenrolado.

Jesus passava de advogado a escrivão

E era crime,

E era ato,

E era quadro

E sequência

Que nem mesmo lembrava

De tanto tempo que tinha.



Valberlúcio pereira





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