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Contos-->O CASAMENTO DA PRIMA ANTÔNIA -- 08/03/2003 - 00:28 (Lizandra de Melo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O CASAMENTO DA PRIMA ANTÔNIA

Como de costume toda tarde Marília deitava em sua rede armada na varanda e ficava a refletir sobre a vida e também sobre a sua vida.

Tanto pensou que nem viu a hora passar. Era uma moça simples, generosa, tinha em seu semblante toda a alegria da vida, porém sua alma era dotada de uma sensibilidade e muitas vezes era como se carregasse toda a melancolia do mundo.

Tinha uma capacidade de absorver as emoções além do que deveria, e, talvez por isso fosse portadora de uma tristeza que contrastava com a alegria que muitas vezes demonstrava.

Marília tinha três irmãos que já não moravam com seus pais, haviam se mudado para a capital e todos já estavam casados, só ela ainda era solteira, ela estava com 23 anos, faria 24 no final do próximo mês, no dia 30 de agosto.

Marília morou 2 anos na capital, enquanto fez seu curso de auxiliar de enfermagem, assim que concluiu seu 2º grau e logo depois retornou para Martins. Ela trabalhava no posto de saúde local pela manhã e a tarde desenhava e pintava em seu atêlier, desde criança já rabiscava, adorava desenhar. Quando esteve em natal fez alguns cursos relacionados a arte e a pintura. Além de um curso por correspondência que fizera na sua adolescência.

Pensava em viajar a Europa, há 4 anos poupava para isto, além do emprego, mantinha uma loja de artesanato e vendia alguns quadros que pintava e também outros objetos que fabricava, enfim já tinha quase o bastante para fazer uma viagem sossegada. Planejava viajar no início de janeiro, pois estaria de férias.

Foi quando chegou a notícia que Antônia casaria no final do ano e a cerimônia seria em Martins, e que em janeiro ela retornaria para Munique. Marília adorou a idéia pois viajaria com sua prima para a Europa. O casamento seria muito singelo, mas muito bonito, com tudo que tinha direito. Seria realizado na capela da fazenda, o dia se aproximava e os preparativos iam se completando, as bebidas, as comidas a decoração da igreja, as roupas dos convidados.

Os noivos já haviam chegado há quatro dias o casamento seria em três dias. Marília estava muito feliz, pois tinha ajudado na organização do casamento da prima preferida, eram muito amigas e andavam sempre grudadas, ela morava em Martins, fora para Natal fazer faculdade e quando concluíra viajara para a Europa há três anos e não se viam desde então, por isso ela estava exultante, como se não bastasse conhecera Pierre primo de Weber o noivo de Antônia.

Um rapaz encantador, um ano mais velho, muito espirituoso. Eles chegaram na véspera de Natal e aquele fora inesquecível. Marília sentia-se como se conhecesse Pierre há anos, assim que bateu os olhos em cima dele viu que havia uma energia muito boa que os unia. Depois da ceia e da troca de presentes, algumas pessoas ainda conversavam e comiam fondue a beira da lareira, mesmo sendo dezembro e o calor já tendo tomado conta daquele pedaço, aquelas serras ainda mantinham um frescor e soprava uma brisa maravilhosa.

Todos foram se recolhendo aos poucos, ficando apenas Pierre e Marília ainda conversaram por alguns minutos, até que ele percebendo o sono dela achou melhor se despedir e se recolher, caminharam os dois no longo corredor até que chegou a porta do quarto de Marília, ele pegou a mão dela e beijou, deram dois beijos no rosto e se deram boa noite. Ela fechou a porta do quarto e suspirou, estava apaixonada aquele homem a deixava nas nuvens. A vontade era beijar-lhe a boca, mas conteve o desejo, afinal acabara de conhecer aquele rapaz, na verdade a vontade era ainda maior arrastá-lo para dentro do quarto e dormir em seus braços, mas tinha que ter paciência e aguardar para ver se valia mesmo a pena.

Teve uns namoricos de adolescência, mas nada tão significativo, a não ser seu primeiro amor que durou 2 anos e seu último namorado que ficara 1 ano e 5 meses, namorado teve três o outro só durou 10 meses e agora estava sozinha há 1 ano, gostava muito de Júlio mais ele teve que viajar passou 6 meses fora e quando voltou, disse amar outra e que estava tudo acabado, foi muito triste, mas enfim sobreviveu, pois a vida continuava.

Mas Pierre era algo mais forte do que seus dois amores, Henrique e Júlio, não compreendia muito bem. Só sabia que estava ali suspirando e sonhava com os braços daquele homem, com o sabor dos beijos, com o toque das suas mãos percorrendo todo seu corpo, parecia estar sonhando, até que adormeceu e sonhou, se encontrava as margens de um rio, sobre a ponte do rio, observava o pôr do sol magnífico a sua frente. Quando um rapaz se aproximou e a cumprimentou era Pierre, ele chamou-a para dançarem ali mesmo e saíram dançando, Marília flutuava nos braços de Pierre.

Ele levou-a até um restaurante onde jantaram e conversaram muito. Ele então a convidou para conhecer o apartamento dele, chegando lá ela ficou encantada Pierre era escultor e havia esculturas lindas, umas acabadas, outras em acabamento, mas uma chamou-lhe a atenção um corpo de uma mulher, não estava acabada, faltavam alguns detalhes no rosto, mas podia ver sua figura esculpida ali, ele aproximou-se sutilmente e se pôs atrás dela, encostando a boca no pescoço de Marília, ela sentia aquela respiração um tanto quanto intensa, não podia ficar ali imóvel, mesmo com tanta beleza na escultura, virou-se e não resistiu àquele olhar e àquela boca carnuda, parecia um beijo esperado a séculos, primeiro foi uma ânsia, uma explosão de desejo, pareciam querer devorar-se, depois se acalmaram e saborearam um beijo demorado, intenso e delicado, ela viajava naqueles braços e no sabor daquele beijo.

Quando foi interrompida pelo barulho dos pássaros, a algazarra das crianças e a conversa das pessoas dentro de casa, acordando do sonho, a noite foi maravilhosa e o sonho então. Acordou muito feliz e disposta, ainda bem era natal fariam um almoço para toda a família.



















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