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Cronicas-->Cinco Dias de Surf -- 03/12/2002 - 04:14 (Mariana Antonelli) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CINCO DIAS DE SURF (por Mariana Antonelli)

Cinco dias de puro surf nos fazem perceber o que é realmente viver. Qualquer que seja o mar, perfeito ou não, dias seguidos de surf provam o quão verdadeiro são nossos corações.
Foi na semana passada...aproveitei as férias curtas que tive para curtir apenas alguns dias na praia.
Peraí. Tenho que fazer uma ressalva...Como chamar de "apenas", cinco dias longe do escritório e do estresse da cidade, que tira de minha visão o azul daquela imensidão do mar? Como taxar "apenas", quando falo em cinco dias de puro surf?
Bem, chego a conclusão que a palavra mais exata para definir isso seja "tudo".
Tudo o que o homem precisa para armazenar combustível que o ajude na correria do dia-a-dia (muitas vezes dura) é da paz, do silêncio, da harmonia, magia e sonho de cinco dias na praia. Dias longe da vida normal da semana de trabalho. Ou dias em que se acorde, tome um duradouro café, leia um pouco, vá surfar, almoce, relaxe, assista a um filme e surfe mais....até o dia anoitecer, escurecer por completo. Isto sacia a gostosa fome que o mar nos dá...
Olhando para o céu estrelado e para a Lua, grande musa que faz sonhar, aproveito deste irrefutável momento para pensar na vida. Depois volto para o quarto e leio mais um pouco. Também escrevo, reflito....
"Isto é que deveria ser uma vida normal..."
Fazia tempo que não passava tantos dias (é, sorte de você que vive perto do mar, não a minha e de tantos que vêem apenas um horizonte cinza e vertical de prédios) perto do mar essencial. Foi incrível como a cada dia meus sentidos, percepção e sintonia com a natureza aumentavam.
Nos dois primeiros dias (de feriado) apenas queria surfar e surfar e relaxar. Prevalecia em mim o instinto do homem de volta ao seu ambiente primordial, natural: a água . (OBS*: dentro do útero materno é água para tudo quanto é lado.) .
Mas foi na segunda-feira, quando a praia começou a esvaziar, que comecei a captar mais a beleza azul e a perceber o valor daqueles dias. E nos dois dias seguintes passei a olhar, admirar e sentir mais intensamente cada momento, cada elemento.
Sozinho em casa, acordei um dia e enxerguei da janela as várias cores, claras, mais escuras, misturadas do oceano, parecia que alguém lá em cima brincava de pintar o mar.
E sozinho na água me bateu aquela louca vontade de ligar para todos os meus amigos que estariam trabalhando ou estudando para apenas dizer o que poderiam estar vivendo também....senti os ventos e sorri; admirei as ondas se formando e quebrando ao meu lado, passando por mim. Olhei para o coração delas indo embora e sorri novamente. E a cada onda que apanhava e dropava e corria e acelerava e manobrava...eu sorria. E gritava! Porque eu estava mais vivo que nunca.
No dia de ir embora, precisava pegar a estrada cedo. Então olhei da mesma janela e vi que as ondas mexidas do dia anterior estavam agora lisas, longas e consistentes como deve ser a vida, como deve ser uma amizade ou o amor. Compromissos? Existem para serem adiados por motivos de necessidade. E necessidade é adentrar a catedral marinha num dia de boas ondas.
Apanhei então minha velha e amada prancha, amarelada do sol e dos dias e dias de paixão azul, e parei na areia. E olhei para as sereias ondulatórias, me esticando para estar preparado para elas.
Caminhei....fui adentrando naquele paraíso....e remei.....e esperei. E surfei um dia que nunca vou esquecer. E sorri tanto como só devo ter sorrido assim para quem amei verdadeiramente, para os amigos com quem confraternizei.
Na estrada de volta, só uma coisa me consolava: saber que em breve tiraria outra semana de férias, mas desta vez seriam 10 dias. 10 dias de surf! Já viajo, já piro, já sonho e já vivo intensamente a maravilha que será o tão esperado Dezembro. Enquanto isso, sigo esperando cada final de semana no mar como quem espera a amada a cada novo encontro.

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