O Brasil vai emergir da escuridão muito melhor
A multidão de gatunos engaiolados ou na mira dos investigadores
comprova que a Era da Canalhice está ferida de morte
Por Augusto Nunes
Publicado em 22 jun 2017, 19h23
As descobertas da Lava Jato transformaram em casos de polícia o
presidente Michel Temer e quatro dos cinco antecessores vivos. Só
Fernando Henrique Cardoso ficou fora do pântano onde chapinham Lula,
Dilma Rousseff, Fernando Collor e José Sarney, além de mais de 30
ministros ou ex-ministros de Estado, mais de dez governadores, quase
30 senadores, mais de 60 deputados federais e centenas de vigaristas
coadjuvantes. Se o Supremo Tribunal Federal cumprir o seu dever com
menos lentidão, a turma do foro privilegiado não demorará a engordar a
população carcerária.
Já não são poucos os figurões da política transformados em vizinhos de
cela de empresários especialistas em bandalheiras. Antonio Palocci,
ex-ministro da Fazenda e ex-chefe da Casa Civil, tem tempo de sobra
para trocar ideias com Marcelo Odebrecht, ex-presidente da usina de
propinas milionárias, e João Vaccari, ex-tesoureiro nacional do PT.
Perdeu recentemente a companhia de José Dirceu, libertado pela 2ª
Turma do STF. Mas não demorará a rever o primeiro chefe da Casa Civil
do governo Lula. Também seguem continuam encarcerados os
ex-presidentes da Câmara Eduardo Cunha e Henrique Alves, o
ex-governador do Rio Sérgio Cabral e vários destaques da Turma do
Guardanapo.
Tantos números desoladores avisam que o Brasil vai ficar na UTI por
muito tempo, certo? Errado: está cada vez mais saudável &
9472; graças à
Lava Jato. A multidão de gatunos engaiolados ou na mira dos
investigadores comprova que a Era da Canalhice está ferida de morte.
Para que a nação devastada pelos poderosos patifes recuperasse a
saúde, era preciso remover cirurgicamente o tumor da corrupção
institucionalizada. O Código Penal agora vale para todos. São sempre
escuras as horas que precedem a alvorada. O Brasil vai emergir da
escuridão muito melhor.