AMOR SOB MEDIDA
Como é difícil
Amar planície, sem deslize,
Com serenidade, sem saudade,
Do jeito que se cumpre um ofício
Amar por vício
Como é difícil
Amar sem receio, sem medo,
Sem segredo
Sem nem a expectativa
Do amor fazer-se despedida
Como é difícil
Amar sob medida
Sem mentira
Sob a capa da dor contida
Desse amor de todo dia
Como é difícil
Amar em benefício
Do amor explícito, sem sacrifício,
De gestos previstos
De ardores contidos
Na rotina desse amor previsível
Como é difícil
Amar sem esperas, sem insônia,
Com as lagrimas manchando a fronha
Sob a dúvida que a alma uiva
Chora, entorta, mas não fecha a porta
Como é difícil
Encontrar a forma
De amar sem ser calhorda
Sem sair da rota
De pensar que não tem volta
Como é difícil
Amar sem revolta
Jurando esquecer esse amor ou
Morrer se ele não voltar antes do
Amanhecer
Sem nódoa, sem memória,
Apenas com a glória
De renascer antes da aurora
MORGANA
Rio de Janeiro, 23/07/03.
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