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cronicas-->Os adeuses -- 03/12/2002 - 23:02 (Athos Ronaldo Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Os adeuses
Athos Ronaldo Miralha da Cunha

Essa semana foi profícua em reflexões. Talvez nossos sonhos e rumos não serão mais os mesmos. Necessitamos e procuramos incessantemente a novidade e a rebeldia. Queremos o inesperado que cativa e emociona. Provavelmente nossos destinos não se cruzarão mais, pois não serão os mesmos e nossos ideais outras paragens.
Estamos em contínua evolução. Queremos cada vez mais das menores atitudes, cada vez mais dos nossos parágrafos, queremos mais e nos cobramos. Temos no labirinto da crónica a perfeição. Queremos o texto perfeito e evidente, por isso publicamos. Não somos mais uma metamorfose ambulante, nem um passante sem destino. Apenas queremos novos destinos. Somos ambulantes de um mundo virtual que nos fascina, nos enche de inspiração e incentivo. Às vezes nos deprime e nos afronta com maledicências.
Somos ocupantes de uma telinha e conhecemos tão-somente nomes e codinomes de parceiros do mesmo espaço virtual. Convivemos com a literatura e com uma enorme quantidade de textos. Malditos e benditos. Caprichados e soltos. Leves e pesados. Meigos e depravados. Puros e safados. Calmos e raivosos. Ardilosos e ingênuos. Políticos e politiqueiros. Enfim, convivemos com a escrita, que está intrínseca em nossas vidas.
Somos amadores, mas queremos ser melhores. Como dizia o poeta "eu não sou as coisas e quem não é as coisas se revolta". Diante das injúrias e difamações nos revoltamos, jogamos tudo para o ar. A única atitude que resta é desobedecer. E partimos. Quando nos despedimos somos saudados, há os que choram pela nossa partida porque são amigos sinceros. Há os que ficam e continuam tentando, a seu modo, modificar "as coisas" embora não sendo as coisas. Quem parte faz uma opção, oculta um desejo de mudança ou enraíza um sentimento de saudade, até que alguém em dado momento faça uma citação, numa dedicatória saudosa. Aí seremos uma simples, singela e longínqua recordação. Um nome e um texto numa tela amarela. Os adeuses são muitos, muitos são os que ficam e continuam a rodar e a celebrar esse mundo virtual das palavras. Para os que partem, uma lição de vida, para os que ficam, legamos lições de saudade. Carregaremos para sempre nacos de despedidas e corações partidos. Talvez juntemos no horizonte de nossos sonhos fragmentos de poesia e cànticos de um quadro desaforado.
Como daremos um adeus virtual? Como faremos uma saudação de partida? Apenas palavras que dizem pouco, pois não traduzem o tamanho desse sentimento. Palavras que são incomensuráveis, mas grandiosas na tentativa de colocar a verdadeira dimensão dessa atitude. Ficaremos e modificaremos nosso convívio. Mais maduro, cordial e modesto. Quem sabe?
Daremos os adeuses aos que foram, balançamos nossos lenços brancos na gare da estação diante da partida do trem. Logo após a primeira curva não veremos mais os vagões e os lenços brancos, nas trêmulas mãos, enxugarão as lágrimas da saudade.
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