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Cronicas-->Aula de francês -- 02/12/2002 - 13:44 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A aula em si era chata. Não por ser chata normalmente, mas a luz fraca das làmpadas mal distribuídas, a imensa sala projetada para 120 pessoas que regularmente recebia 15 tornava o ambiente chato.
A porta era escura, as paredes esverdeadas. A professora de francês cansada. O magistério havia se tornado para ela uma pena, não um modo de sobreviver.
Sabia francês e italiano, foi criada no luxo de uma família tradicional. Mas tudo foi embora, sobrando apenas a cultura adquirida na juventude, a saudade de alegrias no Velho Mundo.
Entre uma frase e outra a boca enrugada negava aos novos alunos a beleza de quem já havia conquistado muitos corações, apenas com o biquinho característico da pronúncia do idioma gaulês.
O nome era Norma. Nome de professora mesmo. Mas de outras coisas. Enquanto explicava um pouco da história de Napoleão Bonaparte deixava-se levar por um passeio pelo panteão dos heróis, pelos cafés, por uma tarde próximo ao Sena.
Foi lá que teve sem que ninguém soubesse um encontro com Sartre. Foi uma das brasileiras que deitou com o intelectual. Sem registro em canto algum.
Mentiu que era francesa, com o falso nome de Marie Fontenelle. Sartre não fez discriminação. Depois foi embora rapidinho, pois tinha outros compromissos amorosos.
Contou apenas para uma amiga. Simone, curiosa, foi conferir os dotes de Sartre. Norma ficou sem a amiga e sem o amante.
Não sabia que o homem era um intelectual. Foi atraída apenas pelo sorriso. Num pequeno café de Paris.
Fez amor nas margens do Sena, próximo de uma ponte. Anotou o nome do filósofo num papel, só para contabilizar.
Depois soube quem era. Ficou até assustada. Voltou ao Brasil depois de um mês. Descobriu que estava grávida.
Encontrou um velho conhecido de colégio, também filho de boa família. Explicou o caso e ele assumiu a criança. Casaram na igreja de Santa Felicidade, em Curitiba.
O pequeno Lafayette cresceu sem saber da paternidade famosa. Curiosamente, aos 21 foi para a França, servir na Legião Estrangeira.
Norma pensava em tudo isto quando tocou o sinal. Alguns alunos deram graças. Só ficou um mais novo, curiosamente chamado Jean Paul.
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