Sempre acreditei, que palavras, são levadas pelo vento. Tudo que me dizem, pode ser esquecido no momento seguinte, e tem um valor, bem menor que a escrita. Isso foi o que sempre acreditei.
Essa crença foi fundamentada, desde a infância, quando minha mãe me elogiava em um momento, e no momento seguinte ralhava comigo.
Conversava comigo mesma: - Poxa, ela acabou de me elogiar, porque tá brigando comigo?
Bom, certamente havia motivos, mas essa não é a questão.
Tinha confiança de que tudo que estava escrito, era regra, era lei, e por isso, desde pequena, sempre falei muito, mas o que eu queria guardar de verdade, escrevia.
Mas depois de muito tempo, muito tempo mesmo, a vida ensinou, que nem sempre o que está escrito, está coberto e alinhado de verdade.
Às vezes, palavras que julgamos verdadeiras, sentimentos, opiniões, costuradas cuidadosamente no papel, tem menos valor ainda, que palavras ditas ao vento, e então recorro ao dito popular de que: o que se fala não se escreve, e o que se escreve, nem sempre está coberto de verdades (um pouco alterado em sua proposta).
Ainda mais nos dias de hoje, que se escreve muito, em redes sociais, email`s, com toda sorte de opiniões, elogios rasgados ou difamações e infâmias.
Pessoas comuns se sentem juízes de toda a sorte de situações, parecendo mesmo profundos conhecedores de todos os assuntos.
Não escrevo muito em redes sociais, e tampouco dou minha opinião, principalmente com relação a assuntos que não são do meu conhecimento. Prefiro ficar de fora.
Dias atrás, resolvi, não sei porque, levantar a moral de alguém que parecia estar de baixo astral, e outras pessoas também colocaram suas opiniões.
A resposta, foi a mais atrevida de todas. Um agradecimento, e um chute, informando que não havia pedido opinião de ninguém, e apesar de não ter dado opinião alguma, me senti triste, e pude perceber que não vale a pena, quaisquer comentários, sobre nada.
Bom, fica a lição, de que, nem tudo que é escrito, guarda verdadeiros sentimentos. Nem tudo que é escrito, é de verdade. Nem tudo que está escrito, guarda a inteireza da alma.
É preciso ler novamente, e mais uma vez, e, além do que mora nas linhas, perceber a intenção que vai entre elas.
Quem sabe um dia, ainda consiga ler, e além de ler, descobrir quais são as verdadeiras intenções do que está lá.
Valentina Fraga
|