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Cartas-->CARTA AOS MEUS LEITORES (derrubando alguns mitos) -- 19/12/2002 - 05:41 (ROSAPIA (veja página 2)) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CARTA AOS MEUS LEITORES (derrubando alguns mitos)

Alguém disse que, se não há alunos, o professor é inútil. Claro, desde que sua função é ensinar. E eu digo: se não há leitores, o escritor é inútil. Mais que claro: pois o escritor, para sê-lo, não pode prescindir do leitor. E o escritor que se preza, respeita o leitor até o fim.

Muitos de meus leitores me escrevem, o que me dá enorme satisfação. Tanto que não deixo ninguém sem resposta. Alguns até se tornam meus amigos, continuamos uma correspondência agradável e sempre muito importante para mim. Em respeito a todos que me lêem, estou aqui para alguns esclarecimentos que se fazem necessários, talvez até para derrubar alguns mitos, desde que temos o “vício” de criá-los.

A maioria dos que me escrevem o fazem me incentivando a continuar, quase todos realçando minha capacidade de amar e de falar do amor. Tinha que ser, pois o amor é meu tema predileto e eu me sinto responsável no papel que, atrevidamente, escolhi: o de sua mensageira. Aliás, nem sei se escolhi ou se a minha história de vida (uma vida de amores) me conduziu por esse caminho. A verdade é que estou nele e o assumo com garra e fervor.

Mas, o próprio tema oferece alguns perigos. Todos nós buscamos, queremos dar e receber amor, por isso o tema é sempre bem-vindo. Pelas correspondências que recebo, constato quanto o tema empolga e quanto responde às ânsias da maioria. Mas também percebo que as pessoas, por isso, muitas vezes me endeusam, acreditam que eu sou a pessoa mais realizada do mundo na vivência do amor. E essa é a primeira confusão que quero desfazer. Não é assim: nos meus amores, sou igual a todo mundo, erro e acerto, gozo e sofro, rio e choro. Eu mesma me definiria assim, quando se trata de amor: sou uma potência e ao mesmo tempo um grande fracasso. E isso é o que todo o mundo sente. Porque somos todos humanos, duais, com qualidades e defeitos, alegres e tristes, bons e maus, capazes de amar e de odiar, tudo ao mesmo tempo. Ao meu redor, alguns elementos importantes criaram uma fantasia que é boa e sadia, mas que tem que ser posta em seu lugar. Por exemplo, a fantasia gostosa da Afrodite. Ora, delicioso para mim ser comparada a Afrodite, a deusa do amor! Só que não posso esquecer, e quero que meus leitores também não esqueçam, de que isso é fantasia, deusa não sou, nunca serei nem quero ser. Sou uma mulher como todas as outras, a diferença pode estar apenas em ser eu uma mulher que ama muito intensamente e, quando dá sorte, é também amada (risos...). Sou uma mulher que se dedica ao amor em 23 de cada 24 horas de sua vida, e isso é uma diferença, mas nem por isso me faz invulnerável. E, se tenho alguma desilusão amorosa, sempre falo dela com naturalidade, pois é algo comum em nossas vidas. Mas percebo que alguns leitores ficam preocupados, me escrevem até revoltados, acham que alguém cometeu comigo um sacrilégio... (mais risos...), até querem me defender do possível vilão... Ainda bem que não digo nomes... quer dizer, nem sempre... Penso que, comentando isto nesta carta, vamos resolver essa confusão natural e até compreensível... E não posso deixar de agradecer aos meus valentes defensores virtuais...

E por falar em virtual, não podemos deixar de considerar aqui o amor virtual, sinal dos tempos modernos. Se nos enganamos com pessoas na vida real, quanto mais não temos chances de nos enganar na virtual?! A gente se encontra, se apresenta, se fala, cada um conta de si o que quer, temos que acreditar naquele momento, emprestar ao virtual o cunho de verdade, caso contrário não teria o menor sentido estar ali. Se os encontros se repetem, a coisa cresce, o encanto fácil aumenta, é difícil detectar tudo o que detectamos quando a situação é olhos nos olhos, quando temos a chance de ver e analisar expressões, esgares, olhares. Quando damos acordo, estamos envolvidos, amando mesmo. Com a continuidade dos contatos, em geral satisfatórios (não o fossem já teriam sido cortados), surge a necessidade do conhecimento real ou, ao menos, de estabelecer definições para aquele afeto. E, nessa hora, a probabilidade é a mesma de dar ou não dar certo. As pessoas, de ambos os sexos, que são mais propensas a amar, ou porque são carentes ou porque desenvolveram maior potencialidade para o amor, com certeza já estarão envolvidas definitiva ou quase definitivamente. Se dá certo, nada a discutir. Se não dá, se descobrimos nessa hora que amamos, durante um tempo precioso, a pessoa errada, o desastre acontece. E é freqüente descobrirmos que amamos um enorme blefe! Então vem o sofrimento, até certo arrependimento, o lamento pelo tempo perdido, o desencanto que extrapola daquela pessoa para outras das quais passamos a desconfiar. É aí que se instala a famosa desilusão com o ser humano, surgindo os conceitos generalizados: homem não presta..., mulher é assim mesmo... Isso acontece com todo mundo, ninguém fica isento, nem mesmo os Eros e as Afrodites de plantão...

Outro ponto que acho importante lembrar: as críticas que recebo ao meu trabalho. Na grande maioria são críticas positivas, que sempre considero sinceras, principalmente daqueles que continuam se correspondendo comigo. Algumas críticas são grande colaboração, tanto no sentido de tornar melhores os meus textos, como no de alimentar minha inspiração. A esses leitores sou especialmente grata. Vou transcrever aqui uma crítica, verdadeira análise de um poema meu, que recebi de um leitor. Entre várias, ao mesmo poema, a elegi pela sagacidade do crítico, pelos aspectos que ele aborda, pela forma como me vê, tudo tão real que me assustou. Trata-se do poema “Além do Amor Virtual”, publicado em Eróticos. Ao publicar, tive receio de não agradar por ser muito longo, mas não dava para enxugar, tinha que ir como estava. E pude perceber que os leitores o leram com paixão, sem demonstrarem cansaço. Senão, vejamos a crítica escolhida:

"Quanto à sua poesia, estou realmente boquiaberto. É de muito fôlego, muita vivacidade. E não é prolixa, apesar de longa. Realmente incrível. Parece um discurso vivo, marcado... sem abrir mão de um bom conteúdo. Um amor que fala muito para falar menos... para chegar à beira de um relacionamento animal, sem animalizar-se; ou seja, identificando naquele amor um ato ao mesmo tempo animal, ao mesmo tempo humano, pois só um ser humano (sensível como vc) poderia compreender aquela relação. Um COMPREENDER ambíguo: ao mesmo tempo em que faz apologia a um amor sem etiquetas e instintual, não deixa de interpretar racionalmente (apesar de a razão estar entorpecida por tanto fervor). Toma o "palavrão" *SOCAR*, que a princípio poderia ser entendido como machista, para o lado da intimidade, onde essas idéias pré-concebidas caem por terra. Vc se afirma enquanto mulher ainda quando valoriza o SOCAR; parece haver uma alteração, pela rigidez de seu discurso: QUEM SOCA PARECE SER VC (QUEM DITA AS ORDENS É VOCÊ, E A MULHER-VOCÊ DEIXA DE TER A POSTURA PASSIVA PARA TOMAR AS RÉDEAS DE SEU IMPULSO)... Belíssima poesia..."

Ao ler essa crítica, me comovi e me arrepiei. Tão surpresa fiquei que voltei a ler o poema várias vezes, procurando detalhes que o crítico apontava. Incrível como esse leitor conseguiu ver aspectos meus que externei escrevendo e que eu mesma ignorava. Transcrevi essa crítica para mostrar como o leitor é importante e como é importante o retorno que nos dá. É o leitor participando da “recriação” do escritor. Grande incentivo! Fonte de inspiração!

Deixados esses pontos para reflexão de meus leitores, quero agradecer a todos que me lêem, dêem ou não retorno. Continuem lendo, tá?... risos... Vocês todos constroem comigo a grande teia da poesia e participam do meu enorme amor!


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