Co’a mente em chama, teu nome eu chamo.
Sôfrego, um canto eu canto ao ver-te.
Minh’alma débil, meu sono insano,
Sonhado em sonho, sonhando ter-te.
Que mal fiz eu aos céus, aos deuses infinitos?!
Pra teu desprezo, qual grã-castigo assolar-me.
Em círculo sigo-te, aos prantos, aos gritos...
E com desgosto, viras o rosto pra não notar-me.
Se a ternura verte-me a alma só em olhar-te.
(Brama o ocaso, calam-se o tempo e o vendaval)
Nefando engano, meu desengano, meu desejar-te.
Que prenda querer posso mais que admirar-te?
(Entreguei-me a ti, inteiro, verossímil, colossal)
Feliz um dia, hei de morrer de tanto amar-te.
João Nery |