vives
nas linhas
da minha miragem.
vejo-te
embaçada imagem:
peixe-ave.
no aquário
passas recluso:
peixe
imaginário.
na vidraça,
vulto.
traças
tua viagem:
ave
na gaiola
em pouso grave.
a penumbra tece
tua sombra
sobre as horas.
suave,
anoiteces.
vagas
na tela baça:
poesia pura.
da janela,
a lua abraça
tua silhueta
vaga.
|