VIDA RESTRITA
Estou sob medida
Desta vida restrita na qual sufoco
O grito da minha alma ferida,
Na lembrança de amores
Que se fizeram despedida
Estou em rebeldia
Desafiando minha ousadia
Na luz que me acende
Na curva do dia, que se fez menino,
Na sombra do meu desatino
Estou na periferia
Tragando em solidão minha agonia,
Nos porões submersos,
Nos quais é negado o acesso
Do teu querer em excesso
Estou em demasia
Farta da minha própria companhia,
Sob o véu que me fiz rainha
Perdi o brilho da estrela guia
No breu do céu que perdi meu dia
Estou de partida
Sem uma lágrima, uma saudade,
Sem sequer um pouco de melancolia
Na verdade, vou em euforia,
No vôo do apelo mudo
Onde a morte não é o final de tudo
MORGANA
Rio de Janeiro, 02/08/03.
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