A AMNÉSIA DO AMOR
por Sidinei Cruz Sobrinho*
Amor pois, que une saudade e paixão. Seja, na hermenêutica da psicologia humana, a efetivação dos sonhos meus.
Amor, tu, cujas razões a razão própria desconhece, acrescente ao ente a cognossibilidade do vosso método. Dizei, em silogismos corretos e de acordo com os critérios da verdade, a possibilidade do vosso conhecimento.
Em nome de uma ética solidária, tornai, amor, pragmaticamente possível a vossa realização. Que a iluminação possa, pela reminiscência, me devolver à luz das idéias verdadeiras, e que, mesmo entre dores, me seja possível nesta maiêutica do saber, resgatar, no face-a-face, a desnecessária reciprocidade do entregar-se à relação.
Transformai em espírito absoluto esta vida dialética. Que o emocional seja o racional e o racional o emocional. Que o vôo da coruja ao entardecer não aumente o crepúsculo da minha alma. Mas que o canto do galo na madrugada, me desperte para o amor e a razão, na solução deste paradoxo.
Amor, não permitais que a existência me angustie, nem se torne o ópio do senso comum.
Amor, pois, que pelo prazer da retórica permite este raciocínio sem fundamento, seja a base da racionalidade, e não permitais que se afogue a humanidade no lago do esquecimento.
*Sidinei Cruz Sobrinho é graduado em Filosofia pelo Instituto Superior de Filosofia Berthier - IFIBE, de Passo Fundo; Bacharelando em Filosofia pela Universidade Integrada do Alto Uruguai e Missões - Campus de Erechim - URI, Poeta; Sócio da Comissão de Direitos Humanos de Passo Fundo - RS.
|