SUSPEITA
Hoje acordei triste
Com a alma apertada,
Tipo paixão mal curada,
Ou intuição malfadada,
Uma angústia danada
Tentei não pensar em nada
Manter a calma a qualquer preço,
Aliviar este peso fazendo-me
Desprezo
Tratando-o sem apreço
Antes que o desespero
Qualifique este sentimento,
Ainda esboço de sofrimento
Com cheiro de tormento,
A me abraçar a qualquer momento
Estou em estado de alerta
Na espreita desta invasão
Sorrateira,
Antes sutil suspeita,
Agora ameaça aberta,
Esperando a hora certa
De se fazer descoberta
Se for dor passageira,
Daquelas que chegam solteiras,
E não encontram parceiras
Que venha e vá ligeira
Deixando minha alma inteira
Que me abrace, me use, mas não abuse,
Da minha cortesia
E nem deixe o fruto da sua agonia
Criar raiz na minha poesia
Que vá como veio:
Sem companhia
MORGANA
Rio de Janeiro, 03/08/03.
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