Usina de Letras
Usina de Letras
24 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63136 )
Cartas ( 21349)
Contos (13299)
Cordel (10355)
Crônicas (22578)
Discursos (3248)
Ensaios - (10647)
Erótico (13588)
Frases (51618)
Humor (20167)
Infantil (5584)
Infanto Juvenil (4928)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141264)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1966)
Textos Religiosos/Sermões (6344)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->O MEU NATAL -- 02/01/2018 - 14:44 (Gabriel de Sousa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O MEU NATAL



Recordo com nostalgia os natais da minha infância. O convívio com familiares (alguns que só via nessas ocasiões), as refeições melhoradas e os doces. A pressa de ver chegar a hora para abrir os embrulhos que continham os presentes. Alguns por vezes já anunciados, sobretudo da parte dos familiares com quem vivia. Outros constituíam uma surpresa total.

Com o avançar dos anos, mudaram os cenários, as prendas e muitas das pessoas presentes, mas era sempre uma data desejada e apetecida.

Haviam também os natais da escola, dos amigos e, mais tarde, da vida militar, do desporto e do emprego. Muitas das vezes, senão todas, nem condiziam com o dia de Natal, esse estava reservado para a família. Eram sempre, no entanto, festas para recordar.

Há mais de meio-século, foi o nosso casamento. Os locais iam mudar e o leque de intervenientes também. Os rituais, no entanto, seriam os mesmos. A ansiedade, a alegria e o convívio continuavam a ser os tradicionais.

Mais tarde veio a filha, para seguir as pisadas dos pais e tudo recomeçar. Casamento, nova família e… apareceram os netos. O mundo, entretanto – apesar do seu perpétuo movimento – quase que parava naqueles dias para festejar o nascimento do “Menino Jesus”.

Participei em natais com presépios, com pais-natais ou com pinheiros natalícios (o mais frequente), mas com estes símbolos ou não, o principal era o convívio.

O povo, na sua infinita sabedoria, costuma dizer que «não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe». Com a partida da minha companheira de dezenas de natais foi-se a ansiedade, desapareceu a alegria e foi-se o sortilégio. Ficou a nostalgia, restou a tristeza e apareceu o desejo de que o dia passe depressa. Sinto-me só, mesmo quando acompanhado. Falta-me a outra asa para voar e a alma gémea para sonhar.

O tormento só acabará quando chegar a minha vez. No entanto, não posso dizer que desejo a morte. Muito pelo contrário, apesar de tudo, eu gosto de viver. O Natal para mim tornou-se, porém, um paradoxo vivencial. Muito sinceramente, desejo a todos, este ano e sempre, um Feliz Natal!

Era costume ler-lhe o que escrevia, para ter a sua opinião. Agora…



NB – Menção Honrosa no 22º Concurso Internacional de Quadras Natalícias – 2017 (Fuseta)



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui