Estive certo quando tive todos contra mim (Roberto Campos).
Prezados Senhores
A tragédia econômica promovida pelo governo Temer foi responsável pelo rebaixamento das notas do Brasil no mercado financeiro internacional. Tendo sido o aumento de gastos concedidos aos servidores públicos até o ano de 2019 que inviabilizou o ajuste fiscal necessário para a recuperação da economia. Cabe lembrar ter sido o descontrole dos gastos com pessoal a fonte primária que provocou a maior crise fiscal da história econômica do Brasil.
A tragédia econômica do governo TEMER
Base: Fevereiro de 2018
Ricardo Bergamini
O governo atual tem como bandeira única e exclusiva a redução da inflação, e a óbvia redução nominal de juro, porém sem uma análise mais profunda não quer dizer coisa alguma, haja vista que no período dos governos Dilma/Temer (2011/2017) o ano de 2017 foi a de menor inflação (2,9473% ao ano), entretanto pagou o maior juro real (7,39% ao ano), tendo sido 32,20% acima da média do período (5,59% ao ano). Já o ano de 2015 com a maior inflação de (10,6735% ao ano) pagou o menor juro real (3,57% ao ano).
Em junho de 2016 a taxa SELIC era de 14,15% ao ano e a inflação anualizada, na mesma data, era de 8,84% (ganho real dos investidores de 5,31% ao ano). Em fevereiro de 2018 a taxa SELIC estava em 6,75% ao ano e a inflação do IPCA anualizada, na mesma data, em 2,84% (ganho real dos investidores de 3,91% ao ano). Com redução do ganho real dos investidores de 26,36% no período.
Cabe lembrar que de 2011 até 2017 a média do ganho real dos investidores foi de 5,59%, com isso o ganho real apurado em fevereiro de 2018 foi de 2,75% ao ano, ou seja: 49,19% menor. Se a inflação continuar em ascendência e o estoque de dívida continuar aumentando de forma desordenada somente restará ao Banco Central retornar o caminho de volta, aumentado a taxa de juros SELIC. Não creio que para um país que opera em “grau de especulação” seja a atual, uma taxa de retorno atrativa. Vamos aguardar evolução, sabendo que em economia não há milagres. Cabe lembrar que o IPP (Índice de Preços ao Produtor) que nada mais é do que o IPCA futuro teve aumento de 5,23% em doze meses até fevereiro de 2018.
No 4º trimestre de 2017, a taxa de subutilização da força de trabalho (que agrega os desocupados, os subocupados por insuficiência de horas e os que fazem parte da força de trabalho potencial) ficou em 23,6%, o que representa 26,3 milhões de pessoas. No 3º trimestre de 2017, para Brasil, essa taxa foi de 23,9% e, no 4º trimestre de 2016, de 22,2%. Já a taxa média anual para 2017 ficou em 23,8%.
No acumulado em doze meses até junho de 2016, registrou-se deficit primário (sem juros) de R$ 151,2 bilhões (2,51% do PIB). No acumulado em doze meses até fevereiro de 2018, registrou-se deficit primário de R$ 94,3 bilhões (1,43% do PIB), Redução real de deficit primário (sem juros) de 43,03% em relação ao PIB, comparado com os últimos doze meses do governo Dilma. Nesse ritmo o Brasil vai levar 3,4 anos para atingir resultado fiscal primário “zero”.
Em junho de 2016 a dívida líquida da União (Interna e Externa Líquida) era de R$ 4.278,1 bilhões (68,26% do PIB). Em fevereiro de 2018 era de R$ 5.256,5 bilhões (79,65% do PIB). Crescimento real em relação ao PIB de 16,69%.
Em junho de 2016 a dívida interna da União carregada pelo Banco Central do Brasil em carteira era de R$ 1.319,5 bilhões (21,05% do PIB). Em fevereiro de 2018 era de R$ 1.674,3 bilhões (25,37% do PIB). Crescimento real em relação ao PIB de 20,52%.
A taxa de desemprego medida pela PNAD contínua era de 11,3% no trimestre encerrado em junho de 2016 e foi de 12,6% no trimestre encerrado em fevereiro de 2018. Crescimento de 11,50% no período.
O número de empregados com carteira de trabalho assinada (33,1 milhões) ficou estável frente ao trimestre anterior (setembro a novembro de 2017). No confronto com o trimestre de dezembro/2016 a fevereiro/2017, houve queda (-1,8% ou menos 611 mil pessoas). Esse contingente chegou ao seu menor nível na série histórica desde 2012.
A taxa de investimento em 2017 foi de 15,6% do PIB, abaixo do observado no ano anterior (16,1%). Redução de 3,10%
A taxa de poupança foi de 14,8% em 2017 (ante 13,9% no ano anterior). Aumento de 6,47%.
Na análise da demanda interna, considerando o resultado acumulado do ano de 2017, destaca-se a queda de 1,8% da Formação Bruta de Capital Fixo.
Cabe lembrar que o seu mais grave crime de responsabilidade fiscal foi o de ter concedido em 2016 aumentos salariais aos servidores públicos federais programados até 2019 (o seu efeito cascata se propagou para os estados e municípios) inviabilizando qualquer programa de ajuste fiscal no Brasil, já que o gasto com pessoal é a fonte primária da tragédia fiscal brasileira, conforme abaixo:
Em 2002 os gastos com pessoal consolidado (união, estados e municípios) foi de 13,35% do PIB. Em 2016 foi de 15,27% do PIB. Crescimento real em relação ao PIB de 14,38% representando 47,16% da carga tributária de 2016 que foi de 32,38%. Para que se avalie a variação criminosa dos gastos reais com pessoal, cabe lembrar que nesse mesmo período houve um crescimento real do PIB Corrente de 34,70%, gerando um ganho real acima da inflação de 54,07% nesse período. Nenhuma nação do planeta conseguiria bancar tamanha orgia pública.
Em 2016 os gastos com pessoal da União (civis e militares) foi de R$ 277,2 bilhões. Em 2017 migra para R$ 304,1 bilhões. Aumento nominal de 9,75% para uma inflação de 2,9473% gerando um aumento real de 6,81%. Cabe lembrar que o teto para o limite de gastos deveria ser a inflação do ano de 2016 de 6,2881%, assim sendo está claro que Temer cometeu crime de responsabilidade fiscal, além dos crimes comuns já conhecidos de todos. Espero que o pau que dá em Chico, também dê em Francisco, ou transformaram o Brasil num grande puteiro, porque assim se ganha mais dinheiro. Que Deus tenha piedade da abissal escuridão e ignorância reinante no Brasil.
Em 2018 está previsto gastos com pessoal da União de R$ 322,8 bilhões, o seja: 6,15% acima do ano de 2017, enquanto o limite constitucional aprovado pelo próprio governo seria de 2,94%, correspondente à inflação do ano de 2017. Com isso ratificando o seu crime de responsabilidade fiscal ao conceder em 2016 aumentos salariais até o ano de 2019, além dos crimes comuns já conhecidos de todos.
Ricardo Bergamini
(48) 99636-7322
(48) 99976-6974
ricardobergamini@ricardobergamini.com.br
www.ricardobergamini.com.br
|