Belo Horizonte, 25 de junho de 2002
Não, brincadeiras a parte, eu não sou louco, amigo. Louco mesmo, dos que têm seus distúrbios mentais explicáveis, mas só a ele mesmo, eu ainda não sou.
Com a sobrevivência somada a vivência tão mecanizada, num espaço tão imenso que me reduz a somente eu, talvez me torne ainda um louco no futuro (se é que existe em algum presente a palavra futuro tão determinada).
Louco mesmo, maluco como queiram os mais expressivos, eu não sei se chegarei a ser, porque poucos se acham em si mesmos. Poucos se controlam e têm coragem de seguir o confronto com seu interior.
Amigo, quer saber quem é que me parece consagrar-se louco? Só me surpreenderia se alguém mais, além dos poetas que fazem realmente poesia, dos filósofos que realmente filosofam, e dos incompreendidos que, aos muitos são celados em seu mundo, pena que tão solitários.
Mas por quê o mundo não é o que você quer que ele seja? Ele é. E você é sim esse alguém preparado para este mundo.
Seja você mesmo, mas não seja só isso.
Um abraço,
Paulo Bruekers Oliveira |