Enxuga o pranto
Que os teus olhos tolda
E olha o prato a ti oferecido!
Nada mais belo, nada mais sentido
Do que o fruto por ti ora colhido!
O pranto tolda o olhar
E cega a mente
E cala o som de acordes tão profundos
Vindos do Além, buscando novos Mundos,
Tocando almas, forjando novos rumos!
Enxuga os olhos e abre teus ouvidos
Ao que está além do sofrimento:
Nada é perdido
Para o ser alerta que se aclara ao oferecido!
Vibra no ar, no espaço,
Toda a melodia de uma vida pura, verdadeira,
Formando acordes com as dores mais sentidas,
Na pura essência da vida passageira.
Até o sino que plange lá no alto
E fortalece a Fé, na vibrante alegoria,
Se faz sentir, sonoro, alvissareiro,
Após o baque. O tremendo choque
Do ferro, que o malha em toque!
Cala teu pranto!
Escuta, escuta do canto
Que soa em ti, em teu sofrer profundo!
A flor que se abre em abandono
É recebida toda.
Em cor, em forma , em luz e pleno aroma,
Por quem do mundo é o verdadeiro Dono.
Não te embruteça com lágrimas e pranto.
Escuta o canto!
Escuta... o canto...
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