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Infantil-->POR MAIS INCRÍVEL QUE PAREÇA, AINDA SE ESCREVEM FÁBULAS -- 30/07/2002 - 23:40 (Nelson Ricardo Cândido dos Santos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A RAPOSA LADRONA

Havia uma raposa
ladra de muita esperteza,
que não perdia uma chance
de aumentar sua riqueza.

Enganou os mais variados
animais que conhecia,
não tendo a menor vergonha
de fazê-lo à luz do dia.

Ludibriou o macaco,
a ovelha e o veado:
somente bichos do povo.
Jamais foi castigo dado.

Enganando sem castigo,
a raposa foi ficando
muito segura de si,
impunível se julgando.

Vai daí que certo dia
teve a oportunidade
de um golpe aplicar
num leão de certa idade.

O golpe já estava dado
e a raposa satisfeita
quando aparece a polícia,
prendendo a astuta sujeita.

Armou-se o maior escândalo,
saindo em todos jornais.
A pilantra foi punida
como não se viu jamais.

Isto prova que o povo
só vê o ladrão castigado
quando este também rouba,
de um leão, o aparentado.
__________________________________________________

OS DOIS CACHORROS
E A CARROCINHA

Um cachorro vadiava
pela rua, sem destino,
quando um outro o barrou,
com jeito de grã-fino.

“Gostaria de saber
quem uma ordem te deu
de circular frente à casa
onde o domínio é meu”.

De ter ouvido o que ouviu,
o vadio não gostou
e olhando com arrogância,
num instante retrucou:

“Sou dono do meu nariz
e ando por onde quero.
Ninguém da rua tem posse:
Não venha com lero-lero”.


“Você é um vagabundo
e eu vou te mostrar, então,
se, desta rua em que estamos,
eu sou o dono ou não”.

Mal acabou de falar,
atracou-se com o vadio.
Rolaram de um lado a outro:
parecia um desvario.

Mordiam-se, um ao outro,
a força cada um medindo,
quando ouviram o aviso:
“A carrocinha vem vindo!”

No mesmo instante cessaram
os dois cachorros a briga –
o vadio fica na rua,
o atacante se abriga.

À mercê de seu destino,
ia o invasor fugir,
quando o outro o chamou
para a ele se unir:

“Ei, amigo, venha cá
proteger-se do perigo.
Há espaço o bastante
pra nós dois neste abrigo”.

Graças ao outro cachorro,
o vadio se salvou.
Entre os dois pelejadores
a contenda terminou.

Ensina esta história
que, se há maiores perigos,
os rivais devem-se unir
pra vencerem os inimigos.
__________________________________________________

OS JUMENTOS E A CORUJA

Tendo um muro entre si,
dois jumentos discutiam
sobre os lados em que estavam,
as belezas que eles viam.

“Este lado é mais bonito!” –
um jumento assim, falava.
“Nada se compara ao meu!” –
o outro, então retrucava.

“Nem imaginar tu podes
as riquezas que avisto:
vales, montanhas e rios
que, de olhar, eu não resisto.

Nunca vi beleza tal
como a do lado em que estou!”
Crendo em tudo o que dizia,
ao outro um segredou:

“Exageras, com certeza,
pois ninguém te descreveu
o Éden que é este lado
onde, creio, Deus viveu!”

Já assim se estendia
há um tempo a lengalenga,
quando interveio a coruja
pra acabar com a contenda:

“Mas que discussão mais tola
os amigos estão tendo!
Pois não sabem que é impossível
com somente um lado vendo,

poder cada um afirmar
qual tem mais deslumbramentos?
Nem parece uma conversa
entre dois sábios jumentos!

Se subirem neste muro
e, como eu, avistarem
cada um dos horizontes,
não há perigo de errarem

quanto aos julgamentos teus.
Analisem com cuidado,
ponto a ponto e se decidam
qual é o mais belo lado”.

E assim lhes ensinou
a coruja a conhecer,
de uma questão os dois lados
para, então, um escolher.
__________________________________________________

A CIGARRA E A FORMIGA

Quem um dia não ouviu
a história tão famosa
da cigarra e da formiga –
fábula tão primorosa?

Pois fiquem sabendo, então,
que outra história conheci
tendo as mesmas personagens.
E vou contá-la aqui.

Como já está sabido,
a formiga trabalhava,
pro futuro armazenando;
e a cigarra, só cantava.

Chegou, finalmente, o dia
de alimento rarear:
a Natureza dormindo
nada tinha para dar.

A cigarra, esfomeada,
da formiga se lembrou
e, sabendo-a precavida,
sua casa procurou.

“Sei que lá em sua casa
muita comida guardou.
Pedir-lhe um pouco agora
Pra alimentar-me eu vou”.

Chegando à casa da amiga,
na grossa porta bateu.
A dona, ao ver quem era,
disfarçou e não atendeu.

Mas a cigarra, faminta,
continuou a insistir,
pois sabia que a formiga
lá estava a residir.

E tanto bateu à porta
que a formiga se enervou –
saindo de sua casa,
com a cigarra gritou:

“Sei que queres alimento –
ouro de trabalhadora.
Enquanto eu labutava,
só sabias ser cantora.

Por isso, nada me peças,
vá seguindo teu caminho.
Preparei-me pro futuro
sem descansar um tiquinho...”


Tão exaltada ficou
com a cigarra a formiga
que, sentindo-se tão mal,
morreu aos pés da ex-amiga.

A cigarra, enfraquecida,
deixou-se em terra cair.
Porém, antes de morrer,
pôde ainda refletir:

“A formiga só viveu
em função de seu porvir;
nada aproveitou da vida,
prazer não pôde sentir.

Se tivesse de escolher
entre os nossos dois destinos,
só escolheria o dela
se estivesse em desatino.

Afinal, nada adiante
trabalhar sem descansar,
não aproveitando a vida,
só pensando em poupar.

Quem comete este erro,
passa pela vida à toa;
nada sabe dos prazeres
de uma existência boa.

Mas quem aproveita a vida,
morre feliz como eu”.
E assim pensando, a cigarra
deu um suspiro e morreu.
__________________________________________________

O TATU E O MACACO

A história que eu vou contar
ensina a quem a ler
que só esperar não basta,
mas fazer acontecer.

Um tatu avistou um macaco
que olhava para o céu
de uma forma inquietante,
como pro júri um réu.

“Seu Macaco, o que fazes?”,
perguntou o tatu, então.
“Estou procurando chuva;
não agüento a seca não!”

“Por que não me acompanhas
ao rio de tão seco leito?
Com certeza, se cavarmos,
poderemos ter proveito!

Água havia em abundância
antes da seca chegar.
Creio que, no subsolo,
água vamos encontrar”.

Desta idéia de trabalho
o macaco não gostou.
Continuou vendo o céu
e ao convite declinou.

O tatu seguiu em frente
em direção ao seco rio
e cavou, dia após dia,
pra sobreviver ao estio.

Todo dia convidava
o macaco a trabalhar,
mas este só preferia
pela chuva aguardar.

Vai daí que o tatu,
de cavar, água alcançou
e, feliz com o achado,
o macaco procurou.

Mas o ocioso símio
já pro céu não mais olhava:
a sede o havia vencido
e morto no chão estava.
__________________________________________________

OS PARDAIS E O POMBO

Um pardalzinho comia
no chão um resto de pão,
quando aproximou-se um pombo
metido a bacanão.

E, sem qualquer cerimônia,
roubou-lhe o pombo a comida,
pois, sendo maior e mais forte,
tinha a posse garantida.

Assim alegou o ladrão,
rindo-se do pardalzinho,
enquanto o pão comia
na frente do pobrezinho.

Nisso, um outro pardal
de surpresa apareceu
e, com um vôo rasteiro,
do pombo o pão recolheu.

Pasmado ficou o forte
ao ver-se ludibriado.
O pardalzinho roubado,
feliz, sentiu-se vingado

e voltando-se ao ladrão,
disse que este era mais forte,
mas, pra ir além da força,
a esperteza é o passaporte.
__________________________________________________

A OUTRA RAPOSA
E AS UVAS

Depois que aquela raposa
as uvas não alcançou,
outra raposa, passando,
as tais uvas desejou.

“Já faz tempo que não como
frutas belas dessa feita.
Se um cacho eu alcançasse,
ficaria satisfeita!”

Tanto pulou a raposa
que um cacho alcançou
e, sem perder um minuto,
comeu-o e se regalou.

Mas de novo olhou pra cima,
quando a janta terminou,
e seus olhos reluziram
pois outro cacho avistou.

“Este cacho que comi
não era, claro, o pior,
mas aquele que estou vendo
parece muito melhor.

É tão raro encontrar
frutas belas dessa feita
que, se tal cacho alcançasse,
ficaria satisfeita!”

Não preciso nem dizer
que a cena se repetiu
e de novo ocorreria,
certo como o céu é anil.

A moral desta história
não sou eu que vou contar.
Leia com muita atenção
e a escreva em meu lugar.

Moral: _________________________________

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