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Artigos-->VIOLÊNCIAS REVOLUCIONÁRIAS -- 07/06/2018 - 14:17 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


VIOLÊNCIAS REVOLUCIONÁRIAS



* Rodolpho Heggendorn Donner



A firme intervenção politico-militar pós AI-5, reagindo por emprego de força combatente, só aconteceu depois que se tornaram diárias as ações de guerrilha urbana expandindo-se pelo país



Tal como previsto, o mês de maio está sendo pródigo na imprensa para lembranças e comemorações dos 50 anos do agitado ano político internacional de 1968. Um dos temas principais, como não poderia deixar de ser, é a Revolução de 1964, ad aeternum objeto para toda sorte de recordações críticas da esquerda e simpatizantes, com verdades, exageros e toscas acusações. Também, um prato cheio para os que defendem atropelar a liberdade de imprensa em resposta a publicações de notícias malformadas e boçalidades contra a verdade dos fatos. Um Oscar de impropriedade jornalística certamente iria hoje para Matias Spektor, professor da FGV, aquele que levou um susto quando leu o documento da CIA que acusava o general Geisel de ter autorizado assassinatos. Notoriedade caiu-lhe no colo pela divulgação apressada, sem que tivesse pesquisado adequadamente a veracidade dos fatos narrados. Pior ainda foi o que posteriormente escreveu sobre 64 na Folha de São Paulo, em 17 deste mês de maio: “... setores amplos da sociedade se lembram de um passado cheio de incompetência, desordem e corrupção, além da prática corriqueira de tortura, assassinatos e execuções sumárias.” Falta-lhe conhecer com seriedade, em amplitude e isenção política - que se deseja para professores - a incontestável verdade sobre os fatos históricos daquela época. De muita violência mútua, triste verdade a lamentar.



Pós-Revolução 1964 e AI-5. A firme intervenção política e militar pós AI-5, reagindo por emprego de força combatente, só aconteceu depois que se tornaram diárias as ações de guerrilha urbana expandindo-se pelo país. Não foram poucos os assassinatos a sangue frio, assaltos a bancos, “expropriações”, chantagens, tentativas de invasões de quartéis, atos terroristas e sequestros de diplomatas estrangeiros, contestando violentamente o governo revolucionário. A opção por tal guerra suja não partiu dos militares e, em consequência, não poderia deixar de haver respostas contrárias de defesa da sociedade e dos propósitos revolucionários. Combater a violência das guerrilhas sob fundamentos constitucionais, procedimentos policiais e ações de justiça comum seria nada menos do que assinar um termo de rendição e permitir a continuidade das barbaridades que, a qualquer custo, buscavam o poder político. Quem disso ainda tiver dúvida, basta consultar o “Minimanual do Guerrilheiro Urbano”, do capo Carlos Marighella, que formava guerrilheiros a fim de tudo, a matar ou morrer e praticar qualquer crime contra a ordem constituída. Todos os então guerrilheiros bem sabiam das consequências e risco de morte a que estariam sujeitos. A imprensa, jornalistas, políticos e acadêmicos, que hoje maquiam guerrilheiros como coitadinhos, vítimas de brutalidade repressiva, nada mais fazem do que, por ignorância, valores religiosos ou tosco proselitismo político, superestimar a idiotice de quem os crê.



É possível que o dito professor da FGV nada soubesse a respeito de informações militares, diplomáticas e governamentais em geral, pois se regem por normas funcionais, que precisam ser conhecidas para que textos de informações sejam bem entendidos. Dois desses fundamentos são essenciais: Confiabilidade e Divulgação. Ou seja, a quem se destinam e o grau de confiança que devem possuir. Melhor teria feito o professor se tivesse pensado um pouco mais sobre confiabilidade antes de escandalizar, nacional e internacionalmente, supostas ordens criminosas autorizadas pelo presidente da República. Entenda, portanto, esforçado professor, que um “ouvir dizer” é muito menos importante do que uma informação confirmada por meios confiáveis. O documento que encontrou e divulgou como verdade absoluta poderia tanto sê-lo quanto não ter sido mais do que um disse-me-disse inconsequente de corredor. O documento citado não possuía grau de confiabilidade, o agente da CIA não esteve presente na reunião com o presidente eleito e nem citou a existência de fonte confiável para validar como verdade o que transmitiu ao secretário de estado norte-americano. Ainda, o mais importante: totalmente improvável que qualquer dos participantes da reunião do alto comando tivesse confidenciado tais fatos a um agente estrangeiro. Prudência profissional e pesquisas complementares poderiam até mesmo dar credibilidade ao relato e às ações complementares do apressado, atormentado e mal informado professor.



Em tempo1: Carlos Alberto Sardenberg, cronista da Rede Globo, em 17/5/18, no jornal O Globo, colaborou com a festa vermelha de críticas aos anos de governo militar. Na crônica “Abaixo a ditadura, pô” transmite verdades e inverdades. Entretanto, melhor teria sido se também dissesse que pôde livremente escrever tais acusações graças justamente àqueles que combateram e derrotaram a guerra suja iniciada pelas guerrilhas. Guerrilhas que pretendiam calar definitivamente a liberdade de imprensa, principalmente a do poderoso jornal conservador que hoje o emprega e permite que opine livremente sem censura.



Em tempo2: Edgardo Ghirotto, na Veja de 23/5, diz que o professor leu e imediatamente publicou o que leu no documento da CIA, e que também não se sabe como a CIA obteve a conversa. Pressa sempre foi inimiga da perfeição.



* Coronel



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ADENDO:



40 ANOS DO AI-5



Por Félix Maier



https://www.averdadesufocada.com/index.php?option=com_content&view=article&id=1357:0909-1968-40-anos-do-ai-5&catid=16&Itemid=34


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