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Contos-->Syëmberarth - Capítulo 2 -- 23/03/2003 - 21:31 (Juliana Rabelo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
II
.:*~Wimbelle perdida~*:.



Acompanhado por Sinaanrel, Helin cavalgava pensando no que havia acontecido no Desfiladeiro de Beltas. Relembrou-se de sua suposta visão e tinha algo mais para perguntar a Mimerath. Nunca havia pensado como o Escuro havia surgido e raramente ele era mencionado nas canções antigas, pois seu nome enchia os elfos de Niarath de pavor. Havia escritos antigos relatando os primeiros casos de Forças Escuras guardados na grande biblioteca da Colônia, mas Helin nunca se interessara em procurá-los. Passara sua vida inteira lutando contra dragões, guerreiros, trolls e outras criaturas, além de aprender a cantar algumas músicas de sua tradição e se limitara a saber sobre a história de Arcath e Dornath.
Havia se impressionado com o conhecimento de Sinaanrel, pois apesar de ser muito mais velho e sábio, quase nunca saiu dos limites de Yáris. Sinaanrel tinha alguns parentes em Niarath, razão pela qual visitou a Colônia, porém não se aventurava por terras desconhecidas. Desde os primórdios da povoação de Dornath, os elfos de Yáris caminhavam por aquelas terras, sempre acumulando conhecimento. Infelizmente, depois do surgimento do Escuro, os yáris começaram a permanecer em suas terras, protegendo-as de qualquer força estranha que entrasse ali.
Sinaanrel era um elfo muito sábio. Já vivia em Yáris a mais de dois mil anos, além de saber muito sobre a história de sua terra. Sua mãe, Sinaarth, era uma das primeiras elfas de Syëmberarth e seu pai, Haniraë, acompanhou Gerad na busca do Mago de Andalin, quando este invadiu toda a Grande Floresta, escravizando os elfos e matando todos os homens que ousavam enfrentá-lo. Príncipe de Yáris, Sinaanrel era elegante e belo, com aparência jovial e austera. Até muitos guerreiros valentes tremiam ao vê-lo, pois Sinaanrel parecia um grande senhor, oculto entre as chamas de sua tiara de ouro com uma pedra vermelha e o manto negro como a noite. Sua chegada emitia uma força incomum, capaz de espantar qualquer mal que espreitasse.
Ao cair da noite, pararam para descansar e se refrescaram num pequeno lago. A água era cristalina e havia ao seu redor lindas flores violetas, chamadas por Sinaanrel de "Flor-de-Andalin".
- Diz uma lenda em Yáris, que, se um elfo planta uma Flor-de-Andalin, nasce uma wimbelle. - disse Sinaanrel.
- Wimbelle? Quer dizer as misteriosas criaturas que vagam nas Terras Antigas? - perguntou Helin admirado. - Meu pai diz já ter visto uma, andando perto de Sondimë. Diz também ter sido encantado bela beleza delas.
- Sim, as belas wimbelles que vivem vagando por Mentheriarth, fugindo da ira dos Inthari. - disse Sinaanrel. - São raríssimas, assim como a Flor de Andalin.
- Conhece a história das wimbelles? - o rosto de Helin iluminou-se. - Poderia contar-me, se estiver disposto?
Sinaanrel sentou-se, ainda segurando a linda Flor de Andalin nas mãos e olhou para o horizonte. Helin pensou que Sinaanrel o tivesse ignorado e quando este fechou os olhos, começou a contar a lenda das wimbelles na criação de Syëmberarth.
- As wimbelles, assim como os elfos, são as criaturas mais antigas de nosso mundo. Depois do surgimento de Syëmbera, não havia nada, apenas um vazio interminável, coberto de sombras e neblina. Entristecido, Syëmbera criou seres para acompanhá-lo: quatro elfos e uma wimbelle. Os elfos eram belos, fortes, tomados por uma luz divina, sempre puros e calmos. Sabiam cantar: suas vozes eram suaves e reconfortantes. A wimbelle era uma mulher especial. Tinha a pele tão branca quanto a neve, cabelos dourados reluzentes, assim como seus olhos. Era a mais bela de todas as criações e não havia palavras para descrever sua beleza. Seu corpo era perfeito, assim como sua voz e seus gestos.
- Com o passar do tempo, os elfos e a wimbelle foram ficando cada vez mais tristes, pois sentiam falta de algo. Syëmbera percebeu a infelicidade dos seus companheiros e quis saber como deixá-los feliz. Criou então mais elfos e mais wimbelles. Aos poucos estes foram se casando e formando famílias numerosas. Syëmbera percebeu, porém, que as criaturas ainda estavam infelizes. Chamou o Primeiro Elfo, Eändir e perguntou:
- "Por que estão tão infelizes, meus queridos elfos e wimbelles? Já lhes dei família e filhos, vivem em harmonia, mas não parecem satisfeitos."
- O elfo respondeu:
- "Queríamos apenas sair desse vazio, Syëmbera! Não há nada além de sombra e neblina!"
- Syëmbera então pediu para que o elfo se retirasse. Pensou por muito tempo e decidiu que queria ver suas criações felizes. Chamou todos os elfos e wimbelles e depois de saudá-los, começou a cantar uma linda melodia e a partir dela o mundo foi criado. Aos poucos, o vazio desaparecia e lindas montanhas, campos, florestas e mares eram formados. À medida que Syëmberarth era criada, Syëmbera ia desaparecendo. Por fim, quando não existia mais o vazio e toda a terra estava formada, Syëmbera desapareceu e em seu lugar, estava Syëmberarth.
- Como gratidão pelo seu sacrifício, Syëmbera ordenou que todos vivessem felizes e que não deixassem a dor entrar em seus corações. Na última nota de sua música, deixou claro que todos vivessem em paz, ou então seriam punidos.
Helin ouvia atentamente a história. Ele não sabia sobre a origem das wimbelles e estava muito interessado nelas. - Continue! - disse o elfo atento.
- Não tardou para que os problemas surgissem. As wimbelles queriam dominar as terras de Syëmberarth, mas os elfos achavam que ninguém deveria ser dono de nada e que as terras eram presente de Syëmbera. Uma guerra começou entre esses povos e desobedecendo a ordem inicial, a paz foi destruída. Os elfos que se recusaram a lutar fugiram daquelas terras e se acomodaram no Vale da Névoa, atravessando as Montanhas de Diernithan. Eles deram origem aos elfos de Niarath, Sorarth e Heireth.
Helin, não contendo as perguntas, levantou-se e interrompeu Sinaanrel: - Mas e os elfos que ficaram? E as wimbelles? Continuaram em guerra?
Sinaanrel sorriu e acalmou Helin. - Acalme-se, nobre elfo! Os que ficaram e lutaram com as wimbelles foram punidos: tornaram-se homens, mortais, de coração fraco e sem poderes. Arrependendo-se, se espalharam pelas terras. Uns ficaram em Inthar, outros em Karnak-tan e muitos no sudoeste de Arcath. Com o passar dos séculos, os homens foram ficando numerosos e hoje vivem espalhados por Syëmberarth.
- As wimbelles, por terem iniciado os conflitos, tiveram a punição maior. Tiveram suas vidas presas a uma flor: a Flor de Andalin. Em pouco tempo foram se esgotando, assim como as frágeis e raras flores púrpuras. Elas então choravam, morrendo de tristeza e muito do que havia em sua beleza foi desaparecendo. Elas ficaram na forma de crianças aparentemente puras e inocentes. Tornaram-se poucas pelo mundo e só continuam vivendo graças aos elfos, que plantam Flores de Andalin pelos campos. Se algum dia a Flor de Andalin sumir, ou se nenhum elfo plantá-las em seus jardins, as wimbelles também desaparecerão.
- A Flor de Andalin foi escolhida por ser rara e bela, assim como as wimbelles. O destino delas é sumir. Em breve não haverá mais wimbelles, sua raça será extinta. - terminou Sinaanrel.
Helin entristeceu-se. - Uma pena elas desaparecerem. São tão belas, mas foi por essa beleza que elas sofrem com este destino. Achavam que mereciam tudo por serem privilegiadas e acabaram perdendo a vida. Sabe, Sinaanrel, eu acho que elas se arrependem do que fizeram e que um dia elas voltarão a habitar Syëmberarth. São muito bonitas para terem um final tão trágico.
Sinaanrel ficou sério. - Acho que você é que está tomado pelo feitiço delas, Helin. São belas, sim, mas são traiçoeiras. Encantam os elfos e homens para não desaparecerem. Não sei se é verdade, mas também dizem em Yáris que as wimbelles aparecem como crianças, chorando e dizendo estarem perdidas. Quando você se oferece para ajudá-las, acaba sendo aprisionado e tendo sua vida sugada. Passa a viver como se estivesse sem alma, como uma casca vazia. Mas isso é apenas um boato. Não sei dizer se é verdade. O Escuro se apodera das wimbelles e engana qualquer um que chegue perto delas. Nunca quero ver uma. Não sei se eu agüentaria. - fechou os olhos e suspirou.
Helin olhou tristemente para as Flores de Andalin, púrpuras, brilhando com o vento. Pensou se tudo aquilo que Sinaanrel havia dito era verdade. Não acreditava que seres tão perfeitos como as wimbelles poderiam ser tão traiçoeiras.


A Lua já estava sobre suas cabeças quando resolveram parar e dormir um pouco. Acomodaram-se entre as folhas secas do chão, perto do rio Beltas. Os elfos já ouviam o som das Cachoeiras Azuis, com suas águas quebrando nas rochas escorregadias. Lindas flores enfeitavam aquela maravilha da natureza, sempre cheia de belíssimas aves e insetos. Era o lugar preferido de muitos animais das redondezas e Helin sentia como se estivesse em Niarath.
Sinaanrel deitou-se e dormiu logo em seguida. Inspirado pelos maravilhosos sons da pequena floresta, Helin decidiu explorar o lugar. Vestiu sua capa desgastada, verde, como todo o seu traje e foi à procura da cachoeira. Andou por uns minutos acompanhando o som das águas do rio e se deparou com uma das mais extraordinárias obras de Syëmbera: As Cachoeiras Azuis.
Admirado, o elfo tirou as botas, jogou a capa velha no chão e molhou os pés da borda do rio. A correnteza não era tão forte e os pingos de água salpicavam Helin de magia e felicidade. Podia sentir a vida fluir naquele rio, como nunca havia visto em nenhum outro lugar. As rochas azuladas deixavam a água da cor do céu, sempre clara e brilhante, como se houvessem luzes no fundo do rio. Vaga-lumes rodopiavam no ar, as estrelas brilhavam como nunca haviam brilhado antes. Ainda feliz com a beleza do lugar, Helin lavou seu rosto, deixando a brisa da noite secá-lo. Estava pensando em mergulhar no rio, mas uma luz saindo da caverna, atrás das águas, o interrompeu. Ouviu chiados, talvez choros de uma criança. Permaneceu de olho na caverna, pasmo, quando uma linda criança apareceu atravessando as águas. Era branca como a lua, tinha cabelos dourados e lisos. Usava um vestido até os joelhos, adornado com pérolas brilhantes e tinha uma tiara na testa.
Helin não conseguia se mexer. Estava impressionado com a pureza e beleza daquela criança que parecia caminhar sobre as águas do rio. Quando ela chegou perto do elfo, afastou as mãos do rosto, revelando seus envolventes olhos dourados. A linda menina, com os olhos cheios de alegria por ter encontrado Helin, disse com sua voz calma e suave:
- Ume elfo veio me ajudar? Estou pedindo por ajuda há muito tempo! - seu rosto triste se transformou em um lindo sorriso, tão lindo que Helin também sorriu, ainda sem conseguir agir. Parou por um tempo e por fim conseguiu dizer:
- Você...É uma wimbelle! Não é mesmo? - perguntou o elfo admirado.
- Sim, sou uma wimbelle, mas estou perdida...Avancei demais por terras desconhecidas e agora não sei mais onde estou! Estou assustada com esses barulhos estranhos, consegue ouvi-los? - perguntou a wimbelle voltando a chorar. Helin não pôde deixar de ficar triste também, pois a imagem daquela criatura era tão pura que ninguém recusaria ajudá-la.
- Está nas Cachoeiras Azuis, oeste de Niarath. Posso ajudá-la a sair daqui, mas não chore, linda wimbelle! - Helin parecia estar enfeitiçado. As wimbelles eram realmente muito encantadoras.
A pequena wimbelle sorriu, limpando as lágrimas. Começou a cantar uma linda música e pegou na mão de Helin. - Vou levá-lo para onde ficam os mais belos sonhos, amigo elfo, em recompensa por me ajudar. - A wimbelle pegou nas mãos um pouco da água do rio, murmurou um encantamento em sua língua e deixou a água de volta no rio. Segundos depois o rio começou a subir lentamente. Pouco a pouco foi cobrindo Helin, que estranhamente não se debatia e se deixava ser coberto pela água. Em uns minutos estava totalmente coberto sem perceber que a água havia se tornado dourada. Era como se o rio fosse feito de ouro derretido. Helin pôde ver várias wimbelles debaixo d água, nadando e caçando peixes. Uma delas se aproximou e deu uma Flor de Andalin para que o elfo a plantasse.
As águas douradas foram se abaixando e Helin viu que não estava mais nas Cachoeiras Azuis. Era um lugar novo, desconhecido e certamente nunca antes visto por ninguém. Criaturas mágicas corriam livres pelos campos, Flores de Andalin estavam por toda parte e ao longe Helin via um castelo. Era todo dourado, enfeitado com pérolas e diamantes. Via também wimbelles por toda a parte. Depois de ficar paralisado e estupefato olhando as lindas wimbelles, Helin se virou. Viu a pequena que havia conhecido no rio. Ela segurou na mão de Helin e o puxou em direção ao castelo. Lá Helin passou dias e noites, enfeitiçado pela beleza das wimbelles. Não sabia quanto tempo havia passado no castelo, mas às vezes se lembrava que tinha que voltar. Chamou a pequena wimbelle e disse:
- Quantos dias já se passaram desde que fui trazido para cá? Não consegui contá-los, mas receio já ter se passado duas semanas. - disse o elfo.
A wimbelle sorriu misteriosamente e se levantou. - Não tem como saber quanto tempo está aqui, Helin, mas ainda é cedo para voltarmos. Aproveite o mundo dos sonhos, pois tenho certeza de que quando retornarmos às Cachoeiras, você desejará estar aqui.
Helin levantou-se, esquecendo um pouco do castelo. - Não...Eu tenho que voltar... - lembrou-se então de Sinaanrel e de Mimerath. - Tenho que ir para o Grande Lago o mais rápido possível! Sinaanrel deve estar me procurando.
A wimbelle continuava sorrindo. Ela se aproximou do elfo e sua fisionomia estava ficando diferente. Seu corpo se desenvolveu e de repente Helin viu que a criança havia se tornado uma mulher, a mais linda que já havia visto. Continuava com a pureza no olhar, mas ao mesmo tempo sua sensualidade enfeitiçava Helin. Sua voz continuava calma e suave.
- Não se apresse, elfo. Ficará aqui por mais tempo do que imagina... - e se aproximou mais ainda de Helin. Enfeitiçado, ele não conseguia se mover e deixava que a wimbelle se aproximasse de seu rosto. Não ouvia mais nada ao seu redor, estava apenas preso àquela criatura. Ela sussurrava encantamentos, deixando Helin desnorteado, porém feliz, sonhando como uma criança. A wimbelle então o beijou e Helin pôde sentir como se adormecesse. Foi perdendo os sentidos, não conseguia pensar mais nada. Sua alma estava sendo sugada pela linda wimbelle.
Parecia estar em um pesadelo agora. Sentia-se vazio, solitário. Pensou que não havia mais esperanças, mas concentrou-se em um som abafado. O som foi ficando cada vez mais audível e tudo parecia voltar a ser como antes.
- Acorde, Helin! Acorde! - gritava uma voz. Helin a conhecia: era Sinaanrel! Enfim, acordou de seu sonho. Estava nas Cachoeiras Azuis, a água molhando seus pés. Sinaanrel estava na margem do rio, ofegante, segurando seu arco. Helin olhou para sua frente e se deparou com a linda wimbelle caída morta no rio, com uma flecha enterrada na cabeça. A água que corria sobre seus pés era dourada, pois essa era a cor do sangue das wimbelles.
- Helin! Você está bem? - disse Sinaanrel correndo para o amigo elfo. - Eu disse que as wimbelles eram traiçoeiras. Ela não sugou sua alma por pouco.
Helin ainda estava atormentado. Não conseguia entender porque a wimbelle agiu daquela forma. Ele não podia acreditar que um ser tão belo era tão maligno.
- Helin, você me ouviu? - perguntou Sinaanrel.
- Sim, eu estou bem. Desculpe-me por te causar esses problemas. Procurou-me por todos esses dias? - disse o elfo, deixando-se cair na água.
Sinaanrel ficou em silêncio por um tempo. - Você está sem noção de tempo...Acabei de sair para te procurar...Acordei e vi que você não estava, então decidi procurá-lo.
- Mas e o castelo? E as wimbelles? - Helin estava muito confuso. - Passaram-se dias!
- Não, Helin...Você foi enfeitiçado pelas wimbelles. Esteve aqui no rio o tempo todo, acabou de chegar. - disse Sinaanrel triste. - Venha tomar um pouco de tenrain e ervas...Vai se sentir melhor.
Sentaram-se na grama fresca, onde estava o cavalo negro de Sinaanrel. O elfo pegou a garrafa de tenrain e ofereceu a Helin, que tomou muitos goles do líquido quente.
- Eu deveria ter te ouvido, Sinaanrel. Você sabe muito mais sobre as wimbelles, pois você nasceu nas terras onde tudo começou. Yáris deveria ser cheia de wimbelles nos tempos antigos. - disse Helin encostando a cabeça numa árvore e fechando os olhos.
Sinaanrel afirmou com a cabeça. - Muitos elfos já morreram vítimas das wimbelles em Yáris, assim como em muitas florestas de Arcath. Felizmente, elas estão desaparecendo...
Helin lembrou-se do beijo da wimbelle. - Elas me enfeitiçaram mesmo...Nem consigo dizer se aquilo tudo foi bom ou ruim. Agora defendo a sua idéia de que as wimbelles desapareçam.
- É melhor descansar agora. Vou buscar os cavalos e os mantimentos. Farei um chá de ervas santas para que você se cure mais depressa. - o elfo deixou Helin coberto com seu manto, depois correu em direção aos cavalos. Minutos depois chegou, trazendo uma garrafa cheia de chá de ervas. Helin a tomou toda, desprezando o gosto amargo. Na mesma hora que Sinaanrel guardou os mantimentos, Helin caiu em sono profundo, recuperando as energias perdidas com a wimbelle.
Talvez por efeito das ervas, Helin teve um sonho estranho: estava caminhando tranqüilamente em sua casa na Colônia, quando toda a Grande Floresta foi coberta por uma sombra. Ao seu redor estavam Sinaanrel, Gerad, Sinaarth e sua tia, Mimerath, todos eles possuídos pelo Escuro. Correu para buscar a espada Niarath, mas um ser o impediu. Risadas fortes foram ouvidas e Helin foi tomado pela Escuridão. Finalmente, acordou com Vivent clamando por comida.


- Por onde iremos hoje, nobre elfo? - perguntou Sinaanrel, arrumando a cela de seu cavalo. - Temos que chegar nos Portos de Andalin amanhã.
- Você sabe mais sobre essas terras do que eu, Sinaanrel. Siga o caminho que achar mais viável. Não quero cruzar com nenhum monstro ou qualquer pessoa hostil. - disse Helin mal humorado. Sinaanrel percebeu o humor do amigo.
- O que está te perturbando? Já deveria estar curado, depois de beber tanto tenrain e chá. Ou não vai me dizer que ainda está fraco?
- Não é nada disso, muito obrigado pela preocupação. - disse Helin forçando um sorriso. - Tive um sonho estranho com a espada Niarath e com a Grande Floresta. Você, Sinaarth, meu pai e minha tia foram tomados pelo Escuro. Mais uma vez aquela sombra me aparece e não sei o que ela significa.
Sinaanrel pensou um pouco e montou seu cavalo.
- Vamos, Helin. Pegaremos a Estrada Abandonada, onde nenhum viajante ousa atravessar. O caminho é rápido e não há nenhum perigo, pelo menos para nós. Chegaremos logo no Grande Lago e você poderá contar seus sonhos estranhos para Mimerath. Ela saberá o que fazer.
Helin montou Vivent e correram para a Estrada Abandonada.


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