Usina de Letras
Usina de Letras
232 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62152 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50554)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140788)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6177)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->O pastel socialista do Noronha -- 15/12/2002 - 20:52 (Athos Ronaldo Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O pastel socialista do Noronha

Na praça central da cidade os pequenos produtores que fazem a feira da Sócio Economia Solidária, o chamado terceiro setor, fornecem os mais variados produtos. Artesanato, embutidos coloniais e gastronomia típica italiana - pizzas, massas e vinho colonial - oriundos da quarta colónia.
Antes de ir para o serviço, Arnoldo dá uma "passadinha" na feira. Conversa com um, conversa com outro e vai fazendo uma via sacra no labirinto das barracas. Por ser um entusiasta do cooperativismo conhece várias pessoas que estão com as bancas na feira do produtor.
Arnoldo resolve comprar uma bandeja de pastel e um panetone com cobertura de chocolate e, imediatamente, dirige-se ao local que trabalha, uma repartição pública do outro lado da praça.
Chegando ao serviço vai direto à copa. Comenta com a copeira que o panetone tem dono, mas a bandeja cheia de pasteizinhos, é uma bandeja socialista. A copeira não entendeu muito bem o que era, mas ficou em silêncio.
- De quem são os pasteizinhos? - perguntou uma colega minutos depois.
- É do Arnoldo, e ele disse que são pastéis socialistas. Pastel socialista... sei lá o que é isso, coisa do maluco do Arnoldo. - comenta a senhora da copa.
- Vou pegar um... hum...hum...humm... delicioso.
- Eu não vi nada. - salienta a copeira com um sorriso.
- É socialista? Vou pegar mais um ... hum...hum...hum... delííííííííícia.
Meia hora depois só tem a bandeja socialista. Os pastéis sumiram! Será que foram mandados para Sibéria? O consumidos pelo socialismo real?
No outro dia Arnoldo resolve comprar outra bandeja de pastel. Prevendo outra devassa na copa, avisou a copeira que os pastéis eram do Noronha, o chefe da repartição. O todo-poderoso gerente.
- De quem são os pasteizinhos? - pergunta a mesma colega.
- É do seu Noronha, ele deixou aí hoje de manhã. - respondeu a copeira.
- Do seu Noronha! Não são socialistas?
- Acho que não. - diz a copeira.
A bandeja ficou intacta, passou o dia na geladeira da copa e ninguém se atreveu consumir sequer um pastelzinho do seu Noronha. Aí percebemos como funciona o poder de um chefe? E o Noronha nem sabia que era proprietário de uma bandeja com pastéis.
No terceiro dia de feira, Arnoldo entra todo sorridente à copa com uma bandeja cheia de pastéis.
- Dona Cremilda! Estou deixando uma bandeja com pastéis aqui na geladeira.
- São pastéis oportunistas?
- Não! São socialistas.
- Ah! É.
- Essa bandeja contém pastéis socialistas do Noronha. Entendeu?
- Ai meu Deus! Pára com essa história. Eu estou com um medão do Lula e tu vem com esse negócio de pastel socialista.
- Vamos ver o que acontece... medo do Lula? Não acredito... mais uma Regina no serviço.
No outro dia Arnoldo saiu em férias e esqueceu da bandeja na copa. A bandeja socialista do Noronha ficou intocável durante o mês das férias de Arnoldo. Apodreceram os pastéis socialistas.
Ninguém, na repartição, atreveu-se a degustar um pastelzinho do Noronha. Mesmo sendo eles, pastéis socialistas. Acabaram, a contragosto da copeira, na lata do lixo.



As lágrimas do presidente Em cronicas.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui