A eternidade é um tormento e todo este tormento é minha culpa. Meu nome é Guia, A Torre. Eu irei contar a história do fim de tudo e da esperança existente em poucas mãos. Tudo isso que você vê é culpa nossa. Tudo começou quando meus irmãos e eu descobrimos os tomos antigos de meu pai: Malebogia, o livro da vida. Foi aí que surgiu... Você sabe... Ela.
Jovens e irresponsáveis, achávamos que iríamos mudar o mundo. Tal informação deveria ser de todos. A língua de Deus nos lábios do homem, seríamos também como deuses.
Bem, tudo deu errado. No início invocamos apenas demônios leves, que nos divertiam com sua inocência e beleza, mas houveram brigas entre nós pelo poder que estava em nossas mãos. Existiam aqueles que queriam moldar a vida e se tornar seu grande senhor e criador. Domínius e Kidora eram os mais fortes entre nós. Eram verdadeiros deuses antípodas, Kidora era um fogo intenso cheio de vida e beleza, gana e criatividade enquanto Domínius era frio e arrogante, era como uma floresta de conífera ou um deserto ártico, branco, vazio e enlouquecida. Irmãos destruídos pela perda precoce do pai, Wargon Miro. Eu me chamo Guia, o exilado. Nossa irmã mais nova era Ardor Milenar. Ardor tinha toda a sua confiança em Madalena, a sacerdotisa da poesia enquanto eu tinha como braço direito Fauna, a salamandra. Tudo era lindo até a grande guerra.
Domínius reivindicou o Malebogia para si, alegando que as mudanças tinham que ser feitas e que ele era o único com poder para tanto. Kidora postou-se contra ele. Alegou que escritores e leitores precisavam apenas mostrar sua arte e que o mundo era perfeito como estava. Jovem e sonhador, eu fiquei ao lado de Domínius. A doce Ardor via o mundo também como Kidora.
Em uma luta fantástica, postamo-nos irmãos contra irmãos pelo domínio do Reino. Domínius usou os poderes conferidos pelo Minutate, livro das alterações. Com ele ressuscitou os amaldiçoados Cavaleiros que dizem Ni: a Bruxa Colora, Elmo Tchan, Ritapadangue e Umbabarauma, o homem gol. Kidora recolheu-se em seu castelo e enviou Madalena para o boteco, onde iria encontrar os Cavaleiros da Mesa Redonda.
Madalena levava consigo a Bolsa de Ardor Milenar, cujos itens encantados iriam igualar as forças. Havia chamado os Cinco Cavaleiros da Mesa Redonda para que fossem ao seu encontro em um puteiro conhecido do Bandeirantes, o “Cena de Cinema”. Lá estava Klaus Reich, o Impostor, como era conhecido. Ladrão e falsário, sedutor de moças incautas, cuja única fraqueza era seu fraco por pés. Bruno Freitas, o Sábio. Mago e Pai de Santo do Terreiro de Oxum Neguinha, conhecedor dos antigos segredos sussurrados nos ouvidos e passados de pai para putas, que lhes contavam tudo, pois tinha boa conversa e as faziam rir. Contrera, o Observador Implacável, era atormentado pelos demônios Cioran e Penfield. Mudo de nascença, Contrera estava em constante conflito com seus três “eus” e sua cabeça era um mundo à parte dos mundos fantásticos de suas aventuras. Kilandra, a Malandra. Conhecida também por IMSH (Insaciável Mulher Sedutora da História). Seu erotismo fazia homens deixarem suas esposas e mulheres assumirem uma condição menos pudica na vida. Munida apenas de seu vestido vermelho a moda China Medieval, meio curto e rachado na perna... Me perdi... Já estou fantasiando... Bem... Onde estava. Sim. A irmã de Kilandra era Nova, a nova personagem, sempre empolgada e hilariante, sempre disposta a aparecer a qualquer custo. Ayra-on, o Estressado. Tinha o poder de nunca estar em paz, sempre irritado, era grosso e mal educado e com uma obsessão doentia por justiça. Era capaz de arrumar brigas homéricas por um assunto sem muita relevância. Já havia passado algum tempo na cadeia por ter o hábito de sair a noite para matar bandido.. Andava armado com sua Desert Eagle Seven Bulets que carinhosamente chamava de “Amigão”.
“Estava lendo a Usina de Letras. Li um cara que me abriu a cabeça. Fui correndo e tropecei no arco-íris. Foi muito... Ouço a música tocar, e o espírito de luz a refletir: A música no ar. Estamos numa boa pescando pessoa no mar. Estou aqui! Reunido numa pessoa só. E todos juntos somos nós. Numa pessoa só... Eu sou o começo, sou o fim: Sou o A e o Z.”.
Sem chance de lutar, nossos heróis foram atacados por Fauna e teleportados para 10 mil anos no futuro, onde nada poderiam fazer. Sem proteção Domínius e eu invadimos o Castelo de Kidora, a transformando em uma criatura de vento e sua eterna escrava. Eu fui traído por Domínius e transformado em uma Torre de seu castelo e para aumentar meu castigo por ter lhe ajudado, deu-me consciência e voz para lamentar e relatar a minha triste história por 1000 décadas. Por fim, Domínius venceu e alterou o mundo como quis. Criou e destruiu ao seu gosto, porém aquele que vive 10.000 anos já ouviu falar da profecia de Nostradamus, o vidente. Diz a centúria “Depois de caídos os grandes irmãos, uma nova torre irá se erguer. A torre do medo virá com a vitória do grande mal que se estenderá por toda parte, e ninguém lerá ou será lido novamente. Os escribas farão ilhas de papel em oceanos, escrevendo sem sentido e sem propósito. As cores do mundo se revoltarão e seus filhos nascerão cegos e radioativos, tortos e tristes. Mais existe o candeeiro de sete pontas que trará novos anos de beleza. Duas velas se apagarão para as outras cinco velas possam então iluminar o caminho obscurecido.”.
