Várias teorias confirmadas
Jogadas fora, minhas palavras
Na jugular, o fio da navalha...
Sem perdão poderá expor minhas entranhas
Vai ao chão a esperança,
Toda banhada de sangue.
Vem à tona a tristeza (coberta pelo tom preto da morte)
Embebida num copo de cólera
Não demora, não demora
Se teu fio meu pescoço corta
Morrerei dum copo de cólera
Vem abraça-me, vem me toca
Se o fio da navalha não mata
Livrar-me-ia da vida que corta
Vem me toca, não demora
Jogue fora o copo de cólera
Salve esta alma do abismo que abeira
Penetram tuas garras em meu peito
Leva-me o coração, leva-me ao leito
Inocente, deslumbro, me deito
Para talvez nunca mais acordar.
Tomo um gole do copo de cólera
À contaminar-me com o mais puro suplício
Não reencontro-me no início (sempre coberto pelo tom negro da morte)
Sinto o beijo do fio da navalha
Morrerei agora, chorarei agora
Teu fio no rosto me corta
Sem piedade oferenda-me mais um gole do copo de cólera
Vem abraça-me, vem me beija
Este ser maldito ainda deseja
Amar-te, oh! fio da navalha
Fio da navalha, copo de cólera
Não está salva a alma do abismo que abeira
Sem receio amei-a, bebi todo o copo de cólera
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