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Cronicas-->Inspiração epinícia -- 18/12/2002 - 17:59 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Na porta da escola havia um pedaço de papel. Sem nome, apenas um verso de Platão, onde se lia: "Eu, a Laís que altiva riu da Grécia, eu que tive outrora amantes jovens em penca à minha porta, dedico a Afrodite este espelho, pois não me quero vercomo sou, e não me posso ver como era".
Fora deixado pelo estudante de Letras, que em viagem para o Nordeste esquecera de acomodar direito suas coisas. Recebeu as notas finais do período e saiu correndo do campus da Unir, que é a Universidade Federal de Rondónia.
O texto fazia parte de uma coletànea de textos gregos, encontrados na página dedicada a epigramas da internet.
O estudante apressado queria chegar logo ao terminal rodoviário, de onde partiria para Brasília. Ali tomaria o destino do Rio Grande do Norte, para férias.
Levava escondido no meio de um livro sobre cultura grega o retrato de Judite, colega de sala. Uma foto onde estavam todos os estudantes, meio desfocada.
A musa nem aparecia direito. Havia um cartaz sobre seu rosto, que despencou na hora da foto. Mas Jurandir não ligou. Era o que tinha de recordação para as férias.
Judite viajaria para o Acre. O desencontro de férias deixaria os dois afastados. Mas o pensamento de Jurandir viajava demais. Andava pelo Acre também.
Judite gostava da cultura grega. Por causa dela Jurandir começou a buscar informações sobre epigramas e epinícios, palavras que jamais tomara contato antes.
Judite era uma dessas mulheres raras, que aos vinte e poucos anos tinha interesse por cultura clássica, se destacando pelo interesse em descobrir as origens do pensamento ocidental.
Não fazia o tipo clássico intelectual, mantendo sempre bom humor e jovialidade. Foi o que conquistou Jurandir.
Enquanto isso Judite deveria estar aprontando as malas para Xapuri, onde desenvolveria um trabalho com uma comunidade de seringueiros. Queria comparar os mitos gregos aos mitos caboclos.
Jurandir tomou o ónibus para o centro de Porto Velho. Pensou nos pobres da Vila Princesa, que não conheciam epigramas e cidadania. Ao invés de epinícios ganhariam em breve um epitáfio.
Achou melhor imaginar os versos que comporia para homenagear Judite quando as aulas recomeçassem. Epinícios, epigramas, deixou se embalar por vapores amorosos.
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