Tive que esperar mais uns dias para comentar o grande jogo que decidiu o Campeonato Brasileiro de Futebol 2002. Surgiu muito trabalho, e os amigos corintianos Silmara, Clarice, Décio e Otávio até esperavam que eu nada escrevesse sobre o tema.
Mas é impossível deixar de registrar um grande jogo, onde figuras como Fábio Costa, Robinho, Robert e Elano conseguiram trazer de volta os grandes momentos do futebol alegria, o mesmo que o Santos jogava na época em que lá estavam Pelé, Pepe, Mengálvio, Edu, Clodoaldo e outros craques que faziam da equipe do litoral paulista a grande referência internacional do futebol brasileiro.
Os dribles desconcertantes de Robinho fazem lembrar as brincadeiras de Garrincha( um dos maiores jogadores de todos os tempos - atuou no Flamengo, Botafogo, Corinthians e Olaria), mas com a diferença da jogada racional, que serve para colocar os companheiros de frente para o gol, como aconteceu nos dois gols finais do Santos frente ao desconcertado Corinthians de Carlos Alberto Parreira.
Mas a despeito dos amigos corintianos, temos que falar no que é belo. Amigos e flautas combinam, sem que se exagere na gozação.
Torcedor do Grêmio, tive que assistir na semifinal o massacre dos garotos do Santos sobre o tricolor gaúcho, mas reconheci a superioridade da equipe paulista sobre os limitados jogadores do Grêmio, que embora bem comandados pelo competente Tite, não tinham chance de vencer a molecada talentosa.
Ficou o consolo de entrar na Libertadores da América, para raiva maior dos torcedores do Internacional de Porto Alegre, que secavam o Grêmio e torciam para o Fluminense ficar em terceiro lugar para zombar um pouco.
Mas não teve jeito. O Inter ganhou o campeonato marmelão que a Federação Gaúcha inventou este ano e ficou secando o Grêmio na Sul Minas, na Libertadores e no Brasileirão.
Aos corintianos, que já tinham sido ajudados pelo árbitro gaúcho Carlos Simon com erros grosseiros contra o Brasiliense na Copa do Brasil sobrou o consolo de aprender a jogar futebol com os santistas. Aos colorados sobra o consolo que o Grêmio pode ser derrotado na Libertadores, competição da qual não participam desde 1993. Aos gremistas a esperança que das categorias de base surjam novos jogadores talentosos e sigam o exemplo da molecada paulista, que foi o que de melhor aconteceu para os amantes do futebol este ano.
A tristeza fica por conta dos colorados, que são tristes por natureza.