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Poesias-->Egresso -- 21/08/2003 - 15:42 (Osmar Malheiros) |
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Parece uma caricatura de Ziraldo
Quando nos meus sonhos te vejo
E eu, que durante tanto tempo
Tinha parado de sonhar e sorrir
Acreditando que o fim seria breve
Ah! mulher, mulher que creio minha
E que todos os dias eu não toco
Mas que todas as noites a me ninar
Arregassa os medos da minha alma
Ah! mulher, doce como só eu sei
Pois do dia que te provei
Minha língua queima e a saliva
Escorre doida como se a fome
Me atacasse repentinamente
E dos cabelos longos cacheados
Me amarrando, enrolando, quentes
Deixando doida minha mente
Perdida no desejo de te beijar
E a tua língua na minha, enroscar
Trazendo-me o passeio de um café
Numa noite estrelada e fria
Que Van Gogh assim imaginou
Ao pintar a noite desse dia
No vórtice das coisas que sinto
Hei de apostar minha alma então
Na direção oposta dos portos
Que vou egressar ao teu encontro
Para dizer-lhe: Eis-me pronto!
E você, com suas mãos pequenas
Acolhendo meu rosto escuro
Com estrelas no céu brilhando
E no frio e calado brilho da lua
Sua voz por entre um sorriso:
"-Eis-me pronta! Eis-me tua"
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