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Poesias-->PERGUNTAS AO TEMPO -- 22/08/2003 - 09:15 (Geraldo Alves) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
PERGUNTAS AO TEMPO

GERALDO ALVES



A terra me fez poeta

e pediu que eu perguntasse:

porque é que o tempo afeta

as coisas de classe em classe?

um é contra o sindicato

outro, no anonimato,

faz distúrbio que não finda.

Faz tempo que me esforço.;

estou sentindo remorso

que o tempo não disse ainda.



Já sei que o tempo é

celeiro de grande acúmulo,

depositário de fé,

calado igualmente um túmulo.

Capta, segura e esconde.;

nem pergunta nem responde,

nem desmorona o império.

Oculta, faz e desfaz.;

somente Deus é capaz

de desvendar seu mistério.



Existem grandes domínios,

monopólios e de cartéis,

estupros e latrocínios

feitos por castas cruéis.

O tempo vem abafando

e eu fico me perguntando

se o tempo é mesmo juiz.

O tempo é mudo e não fala,

o mundo faz e se cala,

o tempo esconde e não diz.



O tempo é enigmático,

de forma que o insensível,

acha que o crime é prático

e fazer o mal é possível.

A insensibilidade,

amor e fraternidade,

o tempo manobra tudo.

Andam paralelamente,

tudo passando na frente

dos olhos do gênio mudo.



Não sei se o tempo tem tempo

pra ouvir minhas razões,

ou existe contratempo

pra minhas indagações.

De crime e barbaridade,

desprezo à menoridade,

eu não sei se o tempo gosta.

Se as perguntas são loucas,

ou se o tempo acha poucas

para me dar a resposta.



Se não fosse essa magia

que o tempo tem no comando,

eu estava todo dia,

nos pés dele, perguntando:

porque tanta violência,

tanta dor, tanta imprudência,

tanto mal, tanto terror?

E, porque você aceita,

a humanidade feita

com tanta falta de amor?



Aonde estão os famintos

que vagueavam nas ruas,

e o tempo os fez extintos

usando de falcatruas.

Foi dando pancada e socos,

esbofeteando aos poucos

até a exterminação.

Morreram e se sepultaram

e até hoje, não voltaram

para dizer como estão.



Cadê aquela criança

que encontrei na calçada.;

sem ter, na vida, esperança.;

tristonha e abandonada

magra, faminta e doente,

sem ter, por perto, um parente

que desse, ao menos, um chá?

Só você, tempo, me explica:

o seu presente, onde fica?

O seu futuro, onde está?



Me diga porque existe

o menor abandonado,

e todo dia é mais triste

o quadro desesperado?

Quando pede uma migalha

tem gente que até gargalha

da triste situação,

se tornando, a cada instante,

mais longe do governante

morrendo à falta de pão.,



Aonde está a justiça,

que há tanta impunidade?

Que só se vê injustiça,

lamúria e barbaridade,

sangue rolando no chão,

um punhal em cada mão

do assassino cruel.

Basta matar pra ser rei.

Se há justiça eu não sei,

se tem, não faz seu papel.



Quantos males não fizeram

nas perseguições a Cristo?

Hoje tem milhões que esperam

pra fazer mais do que isto.

Se eu disser, me castigam,

porque os maus se abrigam

na sombra dos poderosos.

Porque você não se ajusta

para mostrar quanto custa

os erros dos criminosos?



Não se chega às conclusões.;

já faz tempo que espero

veredictos e ações

das leis do juiz severo.

Não desespero da fé,

pois, sei que o tempo é

metódico, firme e profundo,

regedor, sólido e patrono.;

honesto, compacto e dono

do código penal do mundo.

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