Um pescador arretado
Nascido em Baturité
Contava umas estórias
Na frente da sua mulher
Depois ela confirmava
Tudo que ele falava
Sem nunca arredar o pé
Um dia ele me contou
Que no açude foi pescar
Numa seva que ele tinha
Em terras particular
O maior que ele pegava
Era o que lhe escapava
Dizia ser muito azar.
Sempre que ia pescar
Sua espingarda levava
Lá aparecia uns patos
Ave que ele apreciava
Caçava na pescaria
Dizia ter pontaria
Coisa queu admirava.
Enquanto a mulher fazia
pra nós gostoso petisco
um tira gosto de pinga
Coisa boa de belisco
Ele resolveu contar
A estória de arrepiar
Recontar aqui arrisco.
Estando ele pescando
chegou à fila de pato
Ele atirou nas aves
Acertando três no ato
Nisso um peixe pulou
nele também acertou
Falou que isso foi fato.
A mulher dele falou
Dizendo quase em desdém
A estória ela aumentou
Com um macaco também
Falou lavando os pratos
Peixe, macaco e patos
Só um tiro do meu bem.
Um pouco desconcertado
Meu amigo consertou
No açude tinha cerca
Por onde o bicho passou
Foi bem na hora do tiro
Porque o bicho que miro
Pode contar que dançou.
Depois que eu fui embora
Ele chamou sua mulher
Falou prela ter cuidado
Nas coisas quela disser
Dizendo nunca se perca!
Foi duro fazer uma cerca
Mode provar pro mané.
