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Cronicas-->A importància de ser idiota -- 19/07/2000 - 19:37 (Alexandre Lameiras Carvalho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Existe um filme americano cujo título em português é "Quanto mais idiota melhor". Sem querer o tradutor acertou em cheio ao optar por este título, pois parece bem claro que nossa sociedade passa por um fenómeno bem semelhante: o culto ao idiota.

Nelson Rodrigues já observara o mesmo fenómeno em sua época: "Outrora, os melhores pensavam pelos idiotas, hoje os idiotas pensam pelos melhores. Criou-se uma situação realmente trágica: - ou o sujeito se submete ao idiota ou o idiota o extermina".

A cultura do ser idiota está por toda parte. A dança do cachorrinho, em que todos simulam urinar em um poste fictício, a dança da bundinha, a do porquinho são exemplos deprimentes desta nova corrente que assolou o país. A Língua Portuguesa também é afetada pelo paradigma dos novos tempos: queijo, xampu, quarto e segurança passaram a ser escritos com a letra C, de acordo com pagodeiros, sertanejos e adoradores de axé que se apresentam em um quadro do programa Raul Gil aos sábados à tarde.

Muito importante é não ficar fora da nova onda. Comprar os acessórios, se vestir como os idiotas e dançar como eles são requisitos fundamentais. Sabe aquela reboladinha, aquele passo novo? Pois é, se você não sabe, está por fora. E ainda corre o risco de logo ser tachado de careta, "nerd", infeliz, alguém que não sabe aproveitar a vida. É a ditadura da alegria: todos devem estar sorrindo, sempre assimilando todo o lixo que nos empurram pelos meios de comunicação.

Seria esse um fenómeno ligado à classe social ou ao grau de inteligência das pessoas? Parece que não. Hoje em dia é tão importante ser idiota que até mesmo os grandes gênios e pensadores da nação se vêem forçados a fingir debilidade mental para poder viver ou sobreviver dentro de um grupo. Atualmente, tomar o chopinho com amigos depois do expediente traz como pré-requisito estar inteirado sobre as mais recentes imbecilidades divulgadas pela mídia.

Claro que nem todos se adaptam os novos modos. Reação sútil e bastante interessante foi a do jornal Folha de São Paulo com seu slogan: "Não à banalização". Com poucas palavras fez-nos pensar sobre todo o conjunto de valores vigentes em nossa sociedade. E tomara que muitos venham refletir sobre o assunto, porque até agora os idiotas parecem ter conseguido uma vitória definitiva.
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