Contra o útero do fogo
a fricção da fuga no teu sexo,
a espessura pela linha dos dedos
no poder espontâneo das sílabas,
esforço de pulmões e lábios
ante a saliva materna,
o desejo de morder o lume
sob gemidos de um amor salgado.
Existe um ângulo aberto e secreto
com glândulas frescas de cio,
que se torna breve e perto
quando a tua boca é semente
como pólen no espiral da água.
Na virilidade rubra da fêmea
o sangue espesso de um homem
onde o corpo ainda é anterior à pedra.
in, revista "palavra em mutação", nº4 - 2003
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