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Contos-->Estranho encontro. -- 31/03/2003 - 10:41 (Fleide Wilian R. Alves) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Mário saiu apressado no banheiro, entrou no quarto, ligou a luz e levou um susto. Havia alguém deitado em sua cama. Sua garganta secou, as pupilas contraíram-se, a respiração acelerou impulsionada pelo coração que estava para sair pela boca, um frio na espinha inundou seu corpo. Era ele mesmo! Era ele mesmo que estava deitado na cama, com suas roupas, de tênis, com a cabeça sobre seus travesseiros e com as mãos trançadas na nuca. Perscrutou o espectro, tomou coragem e perguntou gagueijando:
-Quem, quem é você?
-Eu sou você, não está vendo?
-É?
-É!
-O que você quer com essa brincadeira?
-Que brincadeira?
-Com assim? Você me aparece deitado em minha cama e fala que não está brincando? O que você quer? Anda, vai falando que eu quero trocar de roupa e dormir, disse Mário bravo.
-Relaxa.
-Como relaxa? Eu chego em meu quarto e me encontro deitado em minha cama e você me pede pra relaxar? Desapareça, vamos! Cai fora!
-Você não quer saber porque estou aqui?
-Anda, fala logo e se manda!
-Eu vim pra te avisar que você já era. Você estava tomando banho, escorregou, bateu com a cabeça no vaso e bateu as botas.
-Como assim?
-Vai no banheiro conferir.
Mário, que já estava assustado, sentiu o chão lhe fugir dos pés tamanho foi o susto. A curiosidade foi maior que o terror que ele sentiu e quis verificar se o que o espectro lhe dissera era verdade, deu um passo para trás, sem tirar os olhos do que estava deitado em sua cama, girou a maçaneta da porta do banheiro, abriu a porta e ligou a iluminação do banheiro. Quando ele virou o rosto para examinar seu suposto corpo o despertador tocou.
Assustadíssimo, Mário acordou vestido com a mesma roupa que o espectro trajava na noite anterior. Levantou atordoado, até o tênis era o mesmo. Teria ele falado consigo mesmo? Estaria ele morto? Ou estaria sonhando? No banheiro Mário examinou seu rosto no espelho, era ele mesmo, lavou-se com água em abundância e escovou os dentes. "É, parece que tá tudo legal", falou baixinho para si.
Na cozinha, a mãe preparava o café como sempre. O rapaz cumprimentou-a e sentou-se à mesa. Quando ia puxar algum assunto para testar o humor da mãe para, talvez, contar o acontecido a mãe perguntou:
-Mário, porque você tomou banho no meio da madrugada?
O rapaz foi pego de surpresa, balbuciou baixinho um instante mas por fim disse sem imprimir muita veracidade ao tom da voz:
-Eu estava com calor mãe.
-Calor? Sei, e que vozes eram aquelas que vinham de seu quarto?
Mário gelou, a voz tremeu mas conseguiu emendar:
-Eu não sei mãe, a senhora deve ter sonhado, com licença que me lembrei agora que tenho que chegar mais cedo hoje no trabalho. Beijou a mãe e se foi.
Mário era sonâmbulo, mas ele nunca havia passado por uma experência daquela de conversar consigo mesmo. Situação semelhante nunca mais aconteceu. "Porque tem coisa esquisita que só acontece uma vez na vida da gente?", perguntou-se ao relembrar do ocorrido, tempos depois.
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