O recado do vento
Cristina Pires
21/08/2003
Deito-me na amena relva do meu jardim,
Nos braços dos malmequeres e brancas rosas.
Oferto a minha poesia às nuvens chorosas,
Que escrevi em cachos de lilás e jasmim.
Quem sabe, um leve vento, as sopre ao meu amado,
Que mora no alto das serras majestosas,
E desnude, alegre, as minhas rimas penosas,
Feitas ao som do meu canto desafinado.
Sopra vento, sopra lá dos profundos céus,
e leva contigo uma aragem de regalo...
Diz-lhe, ao ouvido, que sempre vou amá-lo!
E se ele teimar em não te ouvir, pede a Deus,
Que me leve no seu regaço, docemente,
Pois os malmequeres, murcharam tristemente...
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