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Cronicas-->Siga o Sonho! -- 21/12/2002 - 23:42 (Rachel de Azevêdo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Que a sociedade é injusta, todo mundo sabe. Não é preciso citar os absurdos que ela estipula como regras pra vida das pessoas, o quanto ela é machista, e racista. Mas conosco, os jovens, ela passa da conta.
Você vive, basicamente, quinze anos dentro de um colégio. Quando termina o Ensino Médio, jogam em cima de você uma obrigação: fazer faculdade. A maioria de nós, quando tá saindo do colégio, nem faz idéia do que quer. A gente demora um pouco a cair na real. Mas a sociedade cobra que uma galera de 18 anos (tó dando um desconto!) saiba o que quer fazer assim, de cara!
O pior é que a gente tem mania de pensar que tudo é definitivo, que se escolher uma coisa agora, lá na frente não vai poder mudar de idéia, porque não vai dar tempo! Às vezes, dá vontade de dizer: calma aí, galera! Esse lance de "a vida é curta" é papo de apressado! Mas NÓS somos apressados!
Existe também a situação inversa. A pessoa saber exatamente o que quer, antes mesmo de ser preciso escolher. Eu sou um bom exemplo disso. Terminei o Ensino Médio com dezesseis anos, e sempre soube o que queria fazer: fazer Filosofia e escrever. Aí me vinha a "oposição": o que tu vai fazer com Filosofia, não dá pra viver escrevendo, o brasileiro não lê, e por aí vai. Mas o que diabos eu podia fazer, se era meu sonho? Então, lá estava eu, com dezesseis anos, sabendo o que queria fazer, e totalmente assustada, simplesmente porque "não dá dinheiro" o que eu queria fazer. Parece piada! Mas me enchiam porque eu sabia o que queria fazer! Era como se dissessem: mas como você pode ter certeza de que é isso que quer fazer? Não havia algo que me deixasse mais irritada do que conversar sobre esse assunto com meu pai. Ele dizia assim: primeiro vem o bem-estar financeiro, depois o espiritual. Sempre me perguntei aonde ele tava com a cabeça pra dizer esse tipo de coisa. Na verdade, ele nunca disse pra eu não escrever. Dizia pra eu fazer uma outra faculdade, que eu poderia escrever paralelamente, e que depois eu fazia Filosofia. Mas a urgência típica da adolescência me deixava irada porque eu não podia fazer as coisas do jeito que eu queria. Bom, ele tinha seus motivos pra isso. Eu sei bem quais são! O fato é que sempre nos feríamos quando tocávamos no assunto.
Uma das piores foi assim: nós já estávamos numa discussão quente. Aí, ele olhou pra mim e perguntou se eu realmente escrevia bem. Aquela interrogação caiu na minha cabeça junto com o céu e tudo o mais. Foi a pior sensação que já senti na vida. Então, quase chorando eu disse: "eu não duvido da minha capacidade, e pensei que o senhor também não duvidasse, porque já leu as minhas coisas. Mas eu escrevo bem, sim! Se existe algo que eu sei fazer é isso!".
Essas últimas palavras me vieram com tal força e segurança, que pude sentir a confiança que tenho em mim. Eu nunca fui modesta, nunca poupei elogios a mim! Pra quê? O que quero dizer é que não importa o quanto você é bom. Haverá sempre alguém pra duvidar, pra discordar, ou pra dizer que faz melhor. E sabe o que você faz? Nada. Quem é bom, é. Ninguém poderá fazer nada a esse respeito. Quem duvida é esperto. Quem discorda, provavelmente não entende do assunto. E quem diz que faz melhor, bem, esse precisa, primeiro, fazer melhor.
Os pais sempre querem o melhor pros filhos, mesmo que alguns não saibam como demonstrar. Entendo perfeitamente cada não que meus pais me deram. Entendo até a pergunta descabida do meu pai! Eles são preocupados com a gente, pode ter certeza! E a realidade é essa, infelizmente. Mas, olhe pra mim! Tó aí na briga pela faculdade de Direito. Tem a ver comigo. Vou curtir fazer e não vai me impedir de escrever. Pelo contrário! Até já faz parte do meu sonho!
Então, não tenha muita pressa! Faça o que é melhor pra você agora, desde que não vá contra o que você acredita. De um jeito ou de outro, você vai fazer o que você nasceu pra fazer. Acredite que você pode, e não deixe que um outro caminho que você venha a tomar o desvie, ou apague seu sonho. Ele é o que há de mais precioso!


Ana Rachel de Azevêdo
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