Às vezes, as pessoas têm pensamentos muito ruins. Alguns deles, eu diria, cruéis. Eu mesma me peguei tendo um pensamento desses, e não acreditei que ele era meu!
Sempre fui dessas pessoas que gosta de acalmar as situações, dizendo o famoso "calma, a coisa não é bem por aí!" pras minhas amigas, quando elas estavam num ataque de histeria.
Bem, havia chegado a minha vez.E não houve ninguém pra me mandar ter calma, a não ser eu mesma num momento argumentativo comigo, como se eu fosse duas pessoas discutindo diferentes pontos de vista (todo mundo tem disso, acho!). Aqui, você descobre sua personalidade, os conceitos em que acredita, que condena. Meu problema foi pensar diferente de tudo que já havia pensado antes. Foi um choque! Por um momento não me reconheci. Teria sido um desastre moral, se eu tivesse me deixado levar.
Acredito no amor. Sempre acreditei. Um dia, eu amei muito um cara. Tanto, que o fato de ele ter namorada não fazia a mínima diferença. Eu ousei quere fazer com que ele a esquecesse. Não atentei para o fato de que ele não queria esquecê-la. Existir atração entre nós não bastava. Seria, sim, um ótimo começo. Em circunstàncias normais. Mas com ele, nada podia ser normal. Tudo precisava ser complicado, mais do que já era.
Eu saí machucada dessa história. Afinal, eu o amava. E pra mim, que não considerava nada difícil demais, passei a acreditar que era impossível. Este pensamento me levou a outro (o tal pensamento cruel): não vale à pena. Se você não se surpreendeu, cuidado! Pode ser um sinal de que você também acredita neste absurdo. Absurdo, sim! Amar vale à pena! Aliás, amar é a única coisa que vale à pena. O amor torna tudo melhor: faz belo aos olhos do coração o que é feio aos olhos humanos, arranca a depressão dos tristes, põe milhões de cores na vida dos daltónicos convictos.
Então, amar vale à pena. O que existe são pessoas que não valem à pena. Não por não merecerem. Simplesmente por não valerem à pena pra você. Assim como você não vale à pena pra alguém. Pra valer à pena é preciso que haja merecimento mútuo. Daí vem o amor. E com ele, a beleza, a alegria, as cores e todo o resto!
Ana Rachel de Azevêdo
|
