Utopia
Depois de muito procurar uma morada,
um lugar onde nada fosse igual e familiar.
Outras cidades, onde o silêncio fosse grande
e nada fosse familiar.
Onde outra realidade existisse,
onde nem um lamento se ouvisse ...
Descobri que tudo era um sonho,
que tudo estava imóvel
como um quadro na parede.
As crianças não corriam,
o fogo não queimava, nem ardia.
Estava tudo parado.
Ali nada, nada fluía.
Para além do desejo de uma alma inquieta,
quebrei o ciclo repetido da minha realidade.
Desde aí, enquanto tempo houver,
vou contigo verbo, para lá das utopias.
Vou contigo, enquanto nos homens houver intolerância.
Enquanto mesquinhez, enquanto ignorância,
persistirem nas ideias,
e os preconceitos se insinuarem nas utopias.
Isabel Duarte
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