Uma cadeira de balanço que balanço as minhas ilusões.
Que descanso o meu cansaço que abraço.
Encosto minha cabeça e faço segredos...
Amorteço o meu corpo já machucado,
Da dor infinita que foi o amor.
Olho para o grande vazio diante de mim.
Meus pensamentos vagueiam no ar de dor.
Meus olhos se perdem nesse imenso navegar.
Construo, talvez, um imaginário de um ser.
E embarco nesse navegar e procuro tua boca beijar.
Remo em tua direção, nessa onda de um mar de ar.
Bem sei, que nada lá encontrarei,
E a boca que sonhei, fiz aparecer outra que tudo dei.
Navego, navego... Sempre! Por hora sem rumo.
Encontro um outro que estende a sua mão.
Neste imenso silêncio que remo
Encontro o teu colo, que benção!
Apoio a minha cabeça e te peço repouso.
Ainda que amar me faça sofrer,
Desejo, ainda te amar e sentir o teu asilo.
Para que parar essa imagem que se torna tão real?
Recordo, mas ajuda-me a esquecer aquele que me fez sofrer.
Teu gesto, hoje me acalenta, me aquece.
A tua mão em meu corpo deixa a memória,
Fixa o sensível que tu és, te agradeço.
Tudo isso é apenas uma onda que navego.
Tenho a tua presença que me dará uma crença.
Que poderei um dia te amar, pois muita coisa há.
Se muitos amores se podem ter.; devo buscar de todo conhecer.
Tu me tocasses como um mistério e tudo pode acontecer. |