Deixo tudo ao acaso
Deixo tudo ao acaso.
Deixo tudo no canto do cansaço.
Fecho os olhos,
Desperto para o meu interior.
Deixo tudo, até o sonho,
Até o teu abraço.
Quando abro as mãos vazias,
Conto as estrelas,
Que pousam em meu regaço.
Cansada de esperar,
Deixo tudo como se percorresse
As ruas de mil sóis.
E parto batendo as asas,
Perdida em mil noites
De espera e agonia.
E porque estou viva,
invento um cais.
E porque invento a paz,
tardia ela vem
enfim me procurar.
Isabel Duarte
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