Tempo de Festa: Bom para meditar
Octávio Caúmo Serrano*
Esgota-se o segundo ano do terceiro milênio. Um milênio tão esperado, com expectativas de mudanças, mas que segue da mesma maneira de sempre.
Por que nada muda, a violência não diminui e as pessoas não são felizes?
Por que?
Porque as pessoas não querem.
As pessoas não são felizes porque pensam que a sua felicidade depende dos outros. Só pode ser feliz se tiver quem a ame, se tiver dinheiro, se for saudável, se puder viajar, se o marido for bom, se a esposa for compreensiva, se os filhos forem estudiosos.
Toda a felicidade que poderíamos ter, deixamos na dependência dos acontecimentos e das pessoas que nos rodeiam. Ma nós sabemos que isso não nos traz felicidade. Se assim fosse, os ricos, bonitos e inteligentes, não seriam infelizes. E eles são tanto ou mais do que os pobres, os feios, e os de pouca capacidade mental. Desajustados, drogam-se e cometem crimes.
O que deixa o homem infeliz é a insatisfação. Nunca tem o que lhe basta, por maior que sejam seus dotes. A rotina o incomoda e quando não tem problema, ele inventa.
Todos desejam uma casa maior, para depois reclamar que custa caro mantê-la. Querem comida demais à mesa, para depois queixar que há muita louça para lavar. Todos se enchem de roupas, esquecendo que têm apenas um corpo, e depois reclamam do trabalho de lavar e passar e do carnê que devem pagar.
Quando o homem perceber que a felicidade mora dentro dele e é a administração correta da sua própria vontade que cria o tempo feliz, não mais reclamará de ninguém. Não culpará os outros pelos seus problemas, mas deixará de inventar problemas.
Vivemos a nos adoecer pelo psiquismo desorganizado. Pela irritabilidade, insatisfação, reclamações permanentes e acabamos nos esquecendo de ser feliz. Uma sujeira na roupa, um risco no armário, uma mancha no tapete, uma goteira na sala. Motivos mais do que suficientes para fazer-nos infeliz e tirar-nos o bom humor.
Natal, Ano Novo...Tempo bom para refletir e verificar se valorizamos além da conta o que não tem valor, enquanto esquecemos de investir naquilo que pode nos fazer realmente venturosos. Verificar se vivemos por falta de melhor opção ou se amamos a vida e somos gratos pela oportunidade que Deus nos dá.
Bom pensar!
* Octávio Caumo Serrano: Paulista, radicado há alguns anos na Paraíba, em João Pessoa-Pb. Ex empresário. Atualmente aposentado, veio curtir a natureza nesta cidade, sem poluição. Poeta e escritor, com vários livros publicados. É espírita, com livros publicados na área. Fundou uma Igreja “Os Essênios” em João Pessoa-Pb. Foi vice-presidente da Academia Paraibana de Poesia. Edita, desde que começou freqüentar e se associou a dita Academia, um Jornal Literário, denominado Tribuna Literária. É membro da API (Associação Paraibana de Imprensa) e outras.
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