MICAEL testa a força de sacrifício de Moisés
(lenda hebraica)
Um dia veio voando apressada uma pomba até Moisés, o grande profeta, e lhe implorou:
- Piedade, ó profeta de Deus! A mim me persegue um gavião, salva-me das suas garras.
Moisés concedeu ao animal amedrontado um local seguro, colocando-o imediatamente sob seu manto.
Então, eis que no seu encalço veio um gavião, dizendo ao profeta:
- Ó Moisés, a fome cruel me tortura – necessito de alimento, e também os meus filhotes – mas tu mo-lo roubas: tu atuas injustamente contra mim.
- Ó gavião – respondeu-lhe Moisés – tu exiges de mim a pomba ou apenas outro animal qualquer que satisfaça a tua fome?
No primeiro caso, eu preciso te dizer que este inocente animal se entregou nas minhas mãos esperando ajuda, e em condição nenhuma poderei concordar com a sua morte.
De outro lado, no entanto, vou me esforçar para que não voltes sem algo para comer.
Quando o gavião lhe respondeu que exigia apenas qualquer alimento, Moisés cortou tanta carne do seu santo corpo quanto pesa uma pomba e, quando quis oferecê-la ao gavião, este lhe disse:
- Ó profeta de Deus, eu sou Micael, e o que tu pensas ser a pomba é Gabriel.
O motivo pelo qual nós nos tornamos tal figura é para testar e revelar a tua generosidade e fidalguia.
* traduzido por Gabriela Wolff de Carvalho
Setembro - Festa de Micael **
É compreensível que Rudolf Steiner tenha dedicado uma atenção especial a esta festa, pois Micael, que regeu pela última vez antes do Mistério do Gólgota, passou a ser o dirigente dos destinos da humanidade a partir de 1879.
Rudolf Steiner enfatiza o significado desta festa em comparação com as outras em uma palestra de 15.10.1923, pouco antes do “Congresso de Natal”, na qual diz:
“Se em nosso meio agora se fala daquela Festa de Micael que deverá associar-se às festas da Páscoa, de Natal e de São João, isto não deve ser compreendido de tal forma que se celebre aqui ou ali uma solenidade de maneira superficial, mas trata-se de sabermos que só podemos realizar uma festa assim, se soubermos ligá-la a algo significativo.
A festa de Natal não se efetivou simplesmente a partir de uma decisão voluntária conveniente, mas sim por estar ligada ao nascimento de Jesus Cristo; a Páscoa ligou-se ao Mistério de Gólgota: são datas muito significativas na vida histórica da humanidade.
A festa de Micael deve ligar-se a uma vivência interna do homem, muito significativa. Deve ligar-se àquela força que conclama o homem a desenvolver a consciência de si mesmo através da força dos seus pensamentos, através da força do seu querer...”
** NÓS época de Micael – 1995 - Escola Rudolf Steiner de São Paulo