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Poesias--> -- 31/08/2003 - 23:03 (m.s.cardoso xavier) |
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Via...Haja...Ar
Paulo Nunes Batista
Viajar. Em terras, águas, ares
Alongar a asa do sonho.
Será que o que se busca
Já não se leva na gente?
Eu posso ir ao fim do mundo
Sem fazer um gesto, o menor,
Porque o que lá está
Antes já está comigo.
No calor dos trópicos
Ou no gelo dos pólos
E das altas montanhas
Só vejo o que eu sou.
As paisagens mudam
E eu com elas.
Carrego-me
De imagens e as ponho
Aonde quer que eu vá.
Para que um cego viaja?
Esperará acaso que amanheça
A noite em que se debate?
É. Viajando se aprende
Que em todo lugar se vive
Se ama e se sofre. Aqui
Ali além somos o barro
Amassado no sonho. Suportar
-se é o remédio. Viajo
Parto reparto-me chego
Aconchego-me. E sempre
Sou o estranho que me procuro
Ontem hoje amanhã
Aquém aqui agora ali
Além e em toda p’arte.
E na pAlma do vento
Lá me vou.
Quando não sou:
Me invento.
Anápolis, 04/07/96
Inverno da Alma
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