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cronicas-->GUIANDO PELOS CATOMBOS -- 23/12/2002 - 11:14 (LUIZ ALBERTO MACHADO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Alguém, por acaso, já parou para pensar no trànsito? Não estou querendo saber se a pessoa pensa enquanto conduz seu veículo, não. Não é isso, se bem que no trànsito das capitais e de algumas cidades emergentes, dá para pessoa não só pensar, como ler um livro, trocar de roupa, sacolejar uma boneca, fazer meditação transcendental e, até, tudo isso junto, não necessariamente nesta ordem ou acrescentando outras mais salutares ao gosto do cliente; mas, que dá, dá. Eu mesmo, não dou nada, manifesto meu pitaco; e cada um que zele pelo que é seu.
Sim, mas voltando ao assunto, é melhor encontrar tais alternativas enquanto se encontra empancado nos engarrafamentos, que ficar xingando a mãe do guarda-de-trànsito, que esculhambar o engenheiro de tráfego da prefeitura, ou meter alcunha de corno em todo aquele que está mais adiante.
A bem da verdade, parece mesmo que na hora que a gente resolve trafegar por tal logradouro, todos acham de optar por ali, justo naquela hora, naquele dia e naquela circunstància, só prá inaugurar congestionamento. Já viu? Vai ter coincidência assim na casa de caixa pregos, meu!
Mas é mesmo, que sujeito cagado de sorte ainda não caiu na esparrela de ficar por horas numa via estrangulada de movimento? Isso sem falar nos catabís com cada catombo de deixar a roda do carro empenada com os buracos, crateras, bueiras, bocas-de-lobo, rieiras, valetas e esconderijos de gabirus gigantes que afloram nas avenidas, ruas, perimetrais, becos, alamedas, viadutos, túneis, rodovias, isso em dia de sol; porque em dia de chuva, ó, só se o cara tiver experiência náutica, além de muito fólego, músculo e fé em Deus, porque ninguém pode prever os acontecimentos.
Pois bem, como estou coçando o saco por não ter nada mais importante por me ocupar, resolvi abordar o tema do trànsito que, deveras, precisa de um olhar abrangente, profundo, subliminar e oculto para se observar as várias vertentes que o tema carece.
Claro, sem falar na academia que vira o cérebro do sujeito pela ginástica que os neurónios terão de malhar sem personal trainée especializado, quando se inventa de abordar o assunto. Mas, vamos lá!
Um amigo meu, um que se diz sabe-tudo, sempre abre duas condicionantes para tal problemática, primeiro: ou tem muito carro prá pouca rua, ou tem muita rua insuficiente para o tráfego de tantos veículos. Hum! Na canela!
Matada a primeira charada, vamos para segunda: ou os motoristas são todos burros e resolvem ir para o mesmo lugar ao mesmo tempo, ou os engenheiros de tráfego vivem no mundo da lua cheio dos quequéos. Mas, tá! Porque, meus amigos e minhas amigas, diz ele rebuscando a parcimónia, nunca vi tanto semáforo mal localizado, quantos retornos inconvenientes, inúmeras ruas mal sinalizadas, várias vias esburacadas, centenas de obras parecendo mais que o Brasil está desmontando a cada momento, carecendo de se consertar tudo e a todo tempo, da gente imaginar que ou está todo mundo doido, ou doido está o mundo.
Não quero meter meu bafo nisso não, mas que parece, parece.
Repassemos o castigo: segunda-feira, oito horas da manhã, o sujeito sai de casa, passa meia hora parado esperando uma oportunidade para pegar a avenida. Não há cortesia no trànsito, há guerra! Quem chegar que vá pro fim da fila. É isso. Mal andou alguns metros, pára, sinal fechado. Todo mundo do outro sinal passa, menos o seu trajeto desafoga. Depois de uma eternidade, verde, abriu: debreia, engata primeira e acelera antes que feche de novo. Segue. Mal colocou a segunda, desacelera, outro luminoso de pedestre. Dá para folhear a revista. Esverdeou, vamos. Breca, entrada do supermercado tem sinal agora, doido! Estancou o motor. Vira a chave, tudo bem. Isso se o carro for zelado, senão, se for um mandú, desce para empurrar, a bobina esquenta, o disco de embreagem fica deslizando e outras porqueiras que todo bocó sabe quando o automóvel não é novo. Por causa disso é multado porque está atrapalhando o trànsito. Se correr, multa; se devagar, multa.
Quem já viu aqueles códigos atrás da multa de trànsito? Caos? Caótico é pouco; o negócio tá enozado mesmo!
Depois que constatei isso, abandonei o conforto e achei melhor andar, aproveitando a paisagem imunda do centro comercial, dando o que fazer para o meu corpo não tão jovem mais assim. Porque de ónibus, num pode. Nos coletivos os motoristas são todos sorridentes, ganham um salário milionário, tudo educado, todos finos, esperam que todos entrem, só saem quando todos descem, uma maravilha! Tudo educado na Suíça, quanta finura! Êpa, tó variando já.
O popular cata-córno demora tanto chegar no ponto que quando vem já está entupido até o tampo. Isso sem contar com as visitas indesejáveis daqueles que querem se apropriar do que é da gente, tanto a vergonha, a homência ou o que a gente tiver por posse.
Táxi? Preço pelos olhos da cara. Sem saída: ou é roubado por um, ou por outro.
Perua? Óxe, pegar perueiro é mesmo que deixar prontinho o atestado de óbito, é cada motorista que acredito que nunca fizeram psicotécnico. É cada barbeiro, grosso, que mal sabe largar o volante para fazer uma curvinha de nada; e aqueles que cruzam faixas sem usar pisca-pisca? É cada nego dirigindo que fico olhando: vai dar bode! Tei-bei! Num disse!
E os caminhões? Com cada carga, deus meu, cada uma mais bem feita que a cara do zarolho que dirige. É cada jamanta de perder a conta de quantos pneus, tudo imprensando os debilóides de mil cilindradas.
Acresça-se tratores, patróis, guindastes, carregadeiras. Qualquer dia, se eu ver um transatlàntico ou um boeing fuderoso em plena avenida não vou me apavorar.
E os guarás que não distinguem uma contra-mão de uma passagem livre, com cada julieta treminhão da carga ficar escapulindo esborrada caindo por cima de quem ultrapassar ou cruzar, parecendo mais que o mundo vai se acabar ali, na hora?
Por isso que a gente vê cada barroada, cada tombada, cada desmantelo no trànsito da gente ficar gastando idéia só para saber como foi que aconteceu. Isso tudo com a invenção de um rodízio de veículos, enquanto uma propaganda subliminar instiga para se consumir mais combustível.
Sim, ainda tem a doctilóquia invenção inalcançável dos engenheiros de trànsito que ou andam bêbados, ou doidos varridos, ou com o cu enganchado na porta de casa. Só pode ser! Vai gostar assim de endoidar o trànsito das cidades na casa de tampão fudendo a sua alma, desgraçado.
Sei não, inventaram um código que parecia vim moralizar. Cadê? Alguém já viu alguém preso? Só multado. E se tiver apadrinhamento, dribla direitinho e as multas são deletadas na hora. Nunca vi um Detran moralizado, é um antro que me arrepio só de olhar. O ambiente é carregado, tudo cheira a trambique. Lembro até da negada arriando alienação fiduciária ou dando baixa em reserva de domínio, deixando o bem financiando mais solto que cabrito no roçado. Ou mesmo quando alguém ligava por engano, e caía na Ciretran, o do outro lado já insistia para ir buscar a habilitação que já tava pronta há mais de mês, quando quem ligou jamais podia por ser menor e nem saber dirigir ainda. Eu mesmo conheço gente que tirou habilitação num balaio. Verdade! Chegou lá, escolheu, pronto, essa é a mais bonitinha. Sei, também, que fizeram uma faxina nisso, mas esqueceram outras muito grossas ainda colaborando com a esculhambação. Eu sei que são coisas do trànsito, não obstante, é melhor começar a falar de outra coisa, por exemplo, que, daqui uns dias, será carnaval e a gente poderá se esbaldar por cinco dias ou emendar até a segunda pós, quando retornaremos ressacados para dar o pontapé inicial das atividades oficiais no motor progressista do Brasil.
E aproveitando o carnaval: se dirigir, não beba; se beber, modere as pregas da folgança que a vida não está para brinquedo. Vamos nessa! Bie, bié, glup, glup!!

© Luiz Alberto Machado. Direitos reservados.

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