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Cartas-->Se eu me tornasse invisível. -- 03/01/2003 - 22:59 (Heros Miller) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Minha querida

Nos fins de semana fico comigo. Evito burburinho, fujo de encontros com amigos e jamais, jamais, cogitaria em participar de reuniões familiares. Prefiro ficar comigo. Quando estou apenas comigo, você pode estar junto. Quando com outras pessoas, sou obrigado a escondê-la, a negar que você existe, a mentir e dizer que sou só. Veja a ironia, ficando só, estou com você; enquanto que estando acompanhado, estarei só. Assim, meus finais de semana são feitos de perambulações pela cidade e seus sebos, suas galerias, seus cinemas. No último sábado, assisti ao filme "The Hollow Man" (no Brasil: O Homem sem Sombra). Será que você já viu ou sabe do que se trata? É a velha lenda do cientista que descobre uma maneira de tornar seres vivos invisíveis.

Enquanto assistia ao filme eu me perguntava: o que eu faria se me tornasse invisível? A primeira e única coisa que me ocorreu seria ir até sua casa e passar umas horas com você nestes dias de exílio semanal, num fim de semana. De início, na minha imaginação, eu não a deixaria perceber que eu estava lá. Ficaria bem quietinho num canto. Só observando. Vendo você fazer as coisas, como vive, observando seus gestos, descobrindo seus hábitos. Sentiria seu perfume caseiro e o cheiro de sua casa. Como eu gostaria de fazer parte do cheiro de sua casa! Adoraria poder conhecer seu olhar enquanto está longe de mim, em seu dia a dia doméstico. Como é você no mundo proibido? Iria querer ver você em sua intimidade. É claro que eu estaria lá no banheiro enquanto você tomasse seu banho matinal. Iria ver cada detalhe. Quando você se ensaboar, eu ficarei imaginando a sorte do sabonete. Está certo, ele se consome, mas de que maneira deliciosa!

Eu a veria se vestir, ficaria atento nas suas calcinhas, quando elas subissem, justinhas, cobrindo seu corpo. Admiraria seus seios, com os mamilos que até hoje sonho poder um dia beijar. Eu deliro na imaginação deles ficarem rígidos ao contato da minha língua – sinal de que você me quer. Estaria lá quando seu marido a convidasse para transar? Como eu reagiria? Será que meu ciúme me tornaria imediatamente visível? Seria essa mágica do cientista à prova de tamanho desafio? Se eu visse os dois fazendo amor, por mais difícil que fosse, eu iria me fixar em seu rosto, em seu olhar. Então eu saberia se você me ama mesmo. Se você gemesse e o chamasse de meu amor… não sei o que faria... seria possível eu me desintegrar e não me reconstituir jamais? Assusta-me só de pensar nisso; minha boca fica seca, minhas mãos suadas, só de pensar. De pensar nessa possibilidade quase desisto da idéia de me tornar invisível.

Mas não! Sei que se ele a derrubasse na cama, você estaria fria, distante. Seu coração estaria pedindo desculpas a mim.

Eu estaria lá por perto quando vocês fossem almoçar...ficaria ouvindo a conversa... eu iria sorrir quando você sorrisse, eu iria ficar sério quando você ficasse. Eu lhe faria companhia como um anjo da guarda, um guia. Desde que não a visse fazendo amor, com amor, com seu marido.

Sómente bem mais tarde eu deixaria você me perceber. Devagarinho… mas não poderia evitar pequenos sobressaltos. De leve tocaria em seus cabelos. Como uma brisa. Eu iria cheirar seus cabelos e você ouviria minha respiração. Tocaria suavemente em sua mão. Depois eu resvalaria em seus seios. Você, assustada, olharia em volta. Nada veria. Então eu beijaria, bem de leve seu pescoço. Nessa hora, você se lembraria: "...Heros?". Seu olhar estaria assustado, sem entender, mas ao mesmo tempo ansiosa, querendo que fosse eu, por inexplicável que fosse. "Sim, sou eu. Vim ver você". Eu iria sussurrar para que ninguém mais ouvisse. Então, com sua cumplicidade, iria acompanhá-la por onde você fosse e, sempre que possível, eu roubaria um beijo, uma carícia...

À tardinha, eu a convidaria para o banheiro, onde poderíamos ficar sós. Ligaríamos o chuveiro e eu tiraria sua roupa, vagarosamente, acariciando cada ponto de seu corpo. Eu iria beijá-la inteirinha. Sob a água, minha língua iria percorrer cada recanto do seu corpo molhado. Sem deixar de lado um único milímetro sequer. Como eu estaria invisível - sorte sua! - você não teria sua atençao perturbada pela visão. Você somente sentiria o toque do meu corpo no seu. Você iria gozar uma, duas, três...muitas vezes. Eu continuaria beijando seu corpo. Depois eu a deitaria no chão do banheiro, sobre uma toalha. Eu iria beijar seus lábios, enquanto nossos sexos, famintos, se encontravam. Sua vagina me puxaria para dentro dela, como se sugasse meu pênis. Ficaríamos ali, parados, por muito tempo. Sentindo apenas o pulsar da sua vagina envolvendo meu pênis. Meus lábios colados nos seus. Minha língua em sua boca. Minhas mãos acariciando levemente seu rosto molhado. Nada diríamos. Somente o desejo nos conduziria. Sem nos movimentarmos, apenas com a vibração do nosso corpo iríamos gozar, meu sêmen invisível iria prencher sua vagina e dela tomaria posse. Definitivamente.

É isso o que eu faria se ficasse invisível. E se você não fizesse amor, com amor, com seu marido.

Heros

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